‘Maior inimigo da reforma é o próprio governo’, critica Ramos
A crítica à gestão do presidente Jair Bolsonaro ocorreu durante evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo
O deputado Marcelo Ramos (PP-AM), presidente da Comissão Especial na Câmara do Deputados, que analisa a reforma da Previdência, afirmou nesta sexta-feira (10) que atualmente “o maior inimigo da reforma é o próprio governo”. A crítica à gestão do presidente Jair Bolsonaro ocorreu durante evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
Para o parlamentar, falta de transparência da situação e da oposição com relação às alterações propostas nas aposentadorias. Sobre as mudanças, o deputado acredita que Estados e municípios podem sair da reforma.
Marcelo Ramos também falou sobre alterações na aposentadoria de professores, trabalhadores rurais, idosos e deficientes. “Uma atualização que o governo fez de que a economia com a reforma é de R$ 1,2 trilhão, se você tirar o BPC, o rural e os professores, nós ainda teríamos uma economia na ordem de R$ 1,1 trilhão, o que demonstra que é possível fazer uma reforma protegendo as pessoas mais pobres, sem perder a potência fiscal”, disse.
Questionado sobre se a decisão do Congresso sobre devolver o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Economia mostra fraqueza na base do governo, o presidente da Comissão Especial da Previdência destacou que não considera a medida uma derrota.
Porém, para Marcelo Ramos, a confusão gerada em torno da Medida Provisória criou conflitos. “Fez dar passos atrás porque criou conflitos internos dentro de partidos que têm simpatia pela reforma, criou conflito com o presidente da Casa, descumpriu um acordo construído anteriormente e, acima de tudo, bagunçou a pauta da Casa porque agora temos cinco Medidas Provisórias trancando a pauta da Casa”, explicou. “Então, o governo é muito inábil nesse trato com o Congresso”, criticou ele.
Marcelo Ramos também voltou a dizer que as mudanças no texto dependem da capacidade dos deputados de resistirem a pressão de corporações e servidores públicos. Quanto ao calendário da comissão especial, o deputado afirmou que a expectativa é realizar audiências públicas até o final de maio, com previsão de discussão da matéria ao longo de junho.
*Com informações do repórter Matheus Meirelles
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