Maioria dos parlamentares conservadores não apoiará acordo de May sobre Brexit

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 04/01/2019 11h09
EFE Essa é uma péssima notícia para May, que precisa não apenas de todos os votos do partido dela como ainda do apoio do norte-irlandês DUP

Esperar em um desespero silencioso é o jeito dos ingleses. Assim escreveu a banda Pink Floyd na década de 1970. E a definição se aplica perfeitamente à situação do país neste início de 2019. Já está mais do que claro que o divórcio da União Europeia será sem acordo e muito provavelmente de maneira litigiosa.

Uma pesquisa divulgada nos jornais de Londres nesta sexta-feira (04) afirma que a maioria dos parlamentares conservadores não irá apoiar o acordo da primeira-ministra, Theresa May, com o bloco. Essa é uma péssima notícia para May, que precisa não apenas de todos os votos do partido dela como ainda do apoio do norte-irlandês DUP.

Só um milagre ajudará a primeira-ministra. Tanto que apoiadores dela já falam abertamente em marcar uma data de renúncia do governo para tentar sensibilizar os parlamentares nessa reta final. O Palácio de Westminster está em recesso e volta as atividades na próxima segunda. A votação que pode derrubar May será na semana seguinte.

O governo britânico deve começar a divulgar nos próximos dias mensagens no rádio e na TV dando instruções para a população sobre como ela deve se preparar para o Brexit sem acordo. Ainda não está claro o quanto exatamente a vida do cidadão comum será afetada em um primeiro momento. Fala-se em interrupção dos serviços de trens internacionais e possível desabastecimento nos supermercados, por exemplo.

O governo já deixou 3,5 mil soldados de prontidão como parte de seu plano de contingência. O órgão equivalente à Receita Federal do Brasil preparou um guia com mais de 100 páginas explicando aos empresários do país como eles terão que lidar com impostos, exportação e importação da Europa caso o Brexit sem acordo se concretize.

Uma grande tempestade se aproxima da Grã Bretanha nos próximos dias. Só não se sabe ainda se haverá bonança logo na sequência.

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