Mais de dois milhões de exames de câncer estão sob risco de não serem realizados em todo o País
Fábrica de produtos para diagnóstico e tratamento de câncer completa um mês interditada em meio a impasse entre o Ipen e órgãos de vigilância sanitária.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares está impedido de produzir radiofármacos, insumos utilizados em tomografias e outros procedimentos. A proibição foi determinada em 18 de maio.
As autoridades sanitárias alegam que o Ipen tem problemas no número de funcionários e nas linhas de produção há quase dois anos. O instituto, por sua vez, diz que está se adequando e que as dificuldades apontadas não comprometem a fabricação dos radiofármacos.
Algumas instituições de saúde já estão sofrendo com a falta de insumos. É o caso do Hospital de Clínicas da Unicamp, no interior de São Paulo.
A médica nuclear Bárbara Juarez Amorim explicou que a cintilografia, um tipo de diagnóstico, não está sendo realizado: “no caso da cintilografia óssea nós não estamos mais conseguindo realizar. Os pacientes com câncer estão sendo prejudicados”.
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear considera que a interdição não deveria ter sido determinada. O presidente da entidade, Juliano Cerci, afirmou que existem poucas alternativas na iniciativa privada para os materiais fabricados pelo Ipen: “em relação às alternativas, a iniciativa privada tem impacto muito pequeno na produção de radiofármacos. Uma série de medicações, o único produtor e vendedor nacional é o Ipen”.
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear estima que até dois milhões de exames podem ficar comprometidos se a interdição persistir. Em nota, as autoridades de vigilância sanitária dizem que entendem a relevância do serviço do Ipen e que seguem acompanhando o caso.
*Informações do repórter Tiago Muniz
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