Mancha de poluição cresce 33,6% no Tietê no último ano

  • Por Jovem Pan
  • 20/09/2019 08h13 - Atualizado em 20/09/2019 09h04
Carlos Nardi/Estadão Conteúdo Ao todo, rio tem 163 quilômetros de sujeira

Após o relatório anual da Fundação SOS Mata Atlântica revelar, nesta semana, que o rio Tietê apresentou o maior crescimento de poluição do rio nos últimos seis anos – 163 km de sujeira, um aumento de cerca de 33% com relação ao ano passado -, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) atribuiu o aumento da mancha de poluição à falta de saneamento em cidades onde não atua.

O presidente da companhia de saneamento, Benedito Braga, explica que a mancha atual se concentra nas regiões de cidades como Guarulhos e Mogi das Cruzes, que não são operadas pela empresa. “É uma questão localizada, que deve melhorar na medida em que esse tratamento de esgoto aumente nessas cidades aí da região das cabeceiras do Tietê”, disse.

O diretor de tecnologia, empreendimentos e meio ambiente da Sabesp, Edison Airoldi, afirma que é importante o apoio coletivo para evitar essa expansão. “Incentivar, fazer com que as pessoas, cada vez, mais se conectem a rede. Esse é um aspecto fundamental olhando pelo aspecto de saneamento. Outro aspecto importante diz repeito à limpeza, ao lixo, a coleta de lixo em geral. “A devida coleta e a destinação adequada dos resíduos sólidos também melhora a condição dos cursos hídricos.”, afirmou.

A Sabesp assumiu o fornecimento de água em Guarulhos no ano passado, mas ainda não é a responsável pelo tratamento de esgoto na cidade, que tem mais de um milhão e trezentos mil habitantes. As tratativas ainda estão em curso.

O coordenador técnico do Projeto Observando os Rios da Fundação SOS Mata Atlântica, Gustavo Veronesi, cita alguns fatores que levaram ao aumento da poluição no Tietê. “Tinha quase 500 quilômetros de poluição, principalmente pela poluição gerada na região metropolitana de São Paulo ou bacia do Alto Tietê, que são praticamente equivalentes, e ao longo do tempo veio regredindo. A gente teve uma mínima, que foi em 2014, com 71 quilômetros e, de lá para cá, por causa de crise hídrica, redirecionamento de investimentos e tudo mais, começou a aumentar”, explicou.

Desde a implementação, em 1992, o Projeto Tietê já levou tratamento de esgoto a mais de dez milhões de pessoas. No entanto, de acordo com um levantamento da Globo News, houve redução de 16% em investimentos destinados à despoluição durante a gestão João Doria (PSDB).

O presidente da Sabesp contesta. De acordo com Benedito Braga, as licitações ficaram mais baratas, o que gerou menos gastos.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto

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