Manifestantes vão às ruas na Argentina no 3º protesto contra Macri, que tenta reeleição
Milhares de manifestantes tomaram as ruas de Buenos Aires, na Argentina, para protestar contra as políticas de austeridade do presidente Mauricio Macri. A manifestação, convocada pela Confederação Geral do Trabalho, contou com a adesão de sindicatos, trabalhadores e Organizações Sociais.
O ato ocorre em meio a um acordo do governo argentino com o Fundo Monetário Internacional. No ano passado, a Casa Rosada pediu empréstimo de 56 milhões de dólares para conter a desvalorização cambial e a crise financeira no país. Em troca, o FMI pediu para a Argentina zerar o déficit fiscal e equilibrar o orçamento ainda em 2019. A política, no entanto, não foi bem recebida por uma parcela da população.
O argentino Abel Furlan, que estava na manifestação desta quinta-feira (04), criticou o aumento de tarifas estabelecido pelo novo plano econômico: “as taxas mais altas sob insumos importantes para a produção nacional, como gás e eletricidade, levam às piores condições para que os trabalhadores sejam colocados de joelhos”.
Em meio ao ano eleitoral, Macri tentou minimizar a crise argentina. O presidente reconheceu que os últimos meses têm sido difíceis, mas garantiu que as decisões tomadas pelo governo serão benéficas para a população: “esta Argentina que estamos construindo é séria, sem atalhos, sem soluções mágicas, que custa. Claro que tudo que é para sempre, tudo que vale a pena custa. Hoje estamos no caminho certo e estamos fazendo o que será bom para nós e especialmente para nossos filhos e netos. Estamos colocando como objetivo que as coisas funcionem a largo prazo e uma parte em curto prazo”.
Em três anos de governo, Macri lutou para controlar a inflação que acumulou em 6,7% no primeiro bimestre deste ano. O país registra queda no consumo e crise na indústria, que opera com metade da capacidade.
Além disso, a Argentina apresenta alta de desemprego, que atingiu 9,1% no último trimestre de 2018, e o crescimento da pobreza, que chegou a 32%. A Confederação Geral do Trabalho já considera uma nova manifestação contra a política de austeridade de Mauricio Macri.
*Informações da repórter Nanny Cox
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