Mansueto vê cenário crítico para investimento no Brasil: ‘Tendência é piorar’

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2019 08h20 - Atualizado em 28/09/2019 11h00
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Como explica o secretário do Tesouro, para reverter esse cenário é preciso mudar a dinâmica das despesas obrigatórias

O Governo Central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência Social, gastou, em agosto deste ano, R$ 16,9 bilhões a mais do que arrecadou. Apesar de deficitário, o desempenho é consideravelmente melhor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando o rombo fiscal somou R$ 19,6 bilhões.

Segundo o Governo, a melhora está relacionada, entre outros fatores, ao aumento da arrecadação – que registrou o melhor desempenho para agosto em cinco anos. Isso aconteceu, de acordo com o Tesouro, graças ao crescimento da atividade econômica e ao ingresso de receitas atípicas.

Outra explicação para a melhora é que, em agosto do ano passado, o governo gastou R$ 1,8 bilhão com o fundo público que patrocina as campanhas políticas.

Ainda houve redução de R$ 2,6 bilhões nas despesas obrigatórias, índice positivo mas que, de acordo com o secretario do Tesouro, Mansueto de Almeida, representa apenas 10% do ajuste fiscal que o Estado Brasileiro precisa fazer.

Os dados do Governo apontam que mais de R$ 24 bilhões foram aplicados em investimento público ao longo dos oito primeiros meses deste ano. O índice representa uma queda de mais de R$ 4 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado.

Como explica o secretário do Tesouro, para reverter esse cenário é preciso mudar a dinâmica das despesas obrigatórias. “De mais de 40% do PIB que se gasta no país, esse país atualmente só tem capacidade de investir ao algo em torno de 2,% no PIB, não mais do que isso. A tendência é, no curto prazo, piorar. Se a gente não fizer algo para modificar a dinâmica, a tendência é piorar.”

No acumulado de 2019, o governo Central gastou R$ 52 bilhões a mais do que arrecadou, isso sem contar os juros da dívida pública.

O resultado representa uma melhora de 14,6% em relação ao registrado ao longo do mesmo período do ano passado. Isso vai ajudar a atingir a meta fiscal, que prevê um déficit primário de até R$ 139 bilhões.

De qualquer forma, o Governo mantém cerca de R$ 21 bilhões bloqueados no orçamento deste ano para garantir o cumprimento da meta.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado

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