Marcelo Ramos prevê obstruções, mas diz que foi dado ‘passo fundamental’ para aprovação da reforma
Depois de muitos impasses, o texto da reforma da Previdência foi aprovado na última quinta-feira (4) na Comissão Especial. Agora, ele segue para a última fase de tramitação na Câmara, onde será julgado em dois turnos no plenário.
O presidente da Comissão Especial que analisou a reforma, deputado Marcelo Ramos, falou ao Jornal da Manhã nesta sexta-feira (5) sobre possíveis destaques que ainda poderão ser apresentados e as expectativas para votação em plenário antes do recesso legislativo que se inicia no dia 18 de julho.
Para Marcelo Ramos, haverá um grande esforço do presidente da Casa, Rodrigo Maia, de seguir com a votação ainda no primeiro semestre. “Há uma série de possibilidades de obstruções que são bem mais complicadas porque, diferente da Comissão, temos 513 deputados e quórum de 308. Mas acredito que demos um passo fundamental nesse sentido.”
Aposentadoria para policiais
Sobre as possíveis mudanças a respeito da aposentadoria dos policiais, Ramos considera a situação “bem resolvida.” Ele completa: “o caso da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal me pareceu muito mais uma atitude de intransigência dos líderes associativos dessas corporações do que uma proposta justa para a categoria.”
De acordo com o presidente da Comissão, foi apresentada à PF e PRF uma proposta em que a idade para aposentadoria seria 53 anos para homem e 52 anos para mulher, com transição de 100%, que foi recusada. “Estamos pedindo para um trabalhador comum, que ganha um salário-mínimo, trabalhe ate 65 anos. Não é razoável a categoria não querer trabalhar até 53 anos.”
Na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro declarou que o Governo errou em não considerar regras diferentes para a categoria. A respeito disso, Ramos declarou que “acha que a manifestação do presidente é questionável porém coerente com a trajetória no parlamento. Toda vez que ele é confrontado, ele sempre tende a ceder para o populismo.”
Votação no primeiro semestre
Após a votação que ultrapassou a madrugada, Marcelo Ramos declarou que ficou na Câmara para assinar as atas e relatórios para serem entregues ainda nesta sexta-feira ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
“Após a entrega, a data da votação em plenário foge do meu controle. Eu acredito que seria muito importante para o país votar no plenário antes do recesso, mas não tenho dúvidas do desastre que seria não votar na Comissão antes do dia 18 de julho.”
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