Mais de 50 anos depois, os paralelos entre as marchas dos direitos civis e os movimentos nos EUA
Protestos em mais de 140 cidades, milhares de pessoas marchando nas ruas dos Estados Unidos. Cartazes, gritos contra o racismo e vozes exigindo justiça. Tumulto e confusão, vitrines quebras, fogo ao lado da Casa Branca e confrontos com a polícia.
Os protestos contra o racismo impressionam pelo tamanho que tomados, os episódios de caos foram diminuindo em meio as passeatas pacíficas. As imagens das manifestações da última semana nos EUA têm sido comparadas com outro momento histórico dos Estados Unidos, os protestos da década de 60 depois da morte de Martin Luther King Jr.
Em 193 mais de 200 mil pessoas praticaram da marcha em Washington, uma passeada que pedia direitos iguais entre brancos e negros. Foi lá que Martin Luther King Jr fez o seu famoso discurso. “Eu tenho um sonho de que meus quatro filhos pequenos viverão em uma nação em que não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”, disse na ocasião.
Martin Luther King Jr foi morto com um tiro no dia 4 de abril de 1968. O assassinato causou revolta em todo o país, milhares de pessoas foram às ruas participar de protestos que nem sempre foram pacíficos.
O historiador pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Vinícius Wu, explica que os protestos atuais são comparados com os de 1968 justamente pelo tamanho. “Diferente dos protestos ocorridos em 1992, em 2014, essas mobilizações têm ocorrido em praticamente em todo território americano, ou pelo menos em uma parte significativa, em diversas cidades. É uma mobilização que ganhou amplitude nacional.”
Nas décadas de 1950 e 1950, os movimentos por direitos civis lutavam contra as leis de segregação racial, que determinavam que brancos e negros não poderiam ocupar os mesmos espaços. Ao final da década de 60, depois de muitos protestos, a população afro-americana dos Estados Unidos conquistou uma série de direitos. Ao mesmo tempo, muitas comunidades que já eram pobre, no entanto, sofreram com os efeitos econômicos causados pelas manifestações violentos.
Mais de 50 anos depois, um dos locais palco dos protestos contra o racismo nos Estados Unidos e contra a morte de George Floyd, é o monumento em homenagem a Martin Luther King Jr.
Assim como em 1968, nesse ano, os Estados Unidos têm uma eleição presidencial, o que tem influência nas manifestações e na forma de como as autoridades se posicionam sobre os atos.
Além disso, o fato do país, assim como outros territórios no mundo estar passando pela pandemia da Covid-19, que afeta mais os negros norte-americanos, também tem um papel na situação atual. “Os negros representam 13% da população norte-american e, no entanto, são 25% das vítimas fatais do coronavírus em território americano”, finaliza Vinícius Wu.
*Com informações da repórter Mariana Janjácomo
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.