Março foi o mês mais letal da pandemia em hospitais privados, aponta estudo

Levantamento do setor mostra aumento nos diagnósticos positivos da Covid-19 e no tempo de internação dos pacientes com a doença durante o período

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2021 09h59 - Atualizado em 27/05/2021 17h10
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CARLOS SILVA/AGÊNCIA FREE LANCER/ESTADÃO CONTEÚDO Paciente aguarda em maca deixada no corredor de um hospital Também em março, 45% dos pacientes que procuraram os prontos socorros com suspeita da doença testaram positivo para a Covid-19

O mês de maio deste ano foi o mais crítico para a rede privada de saúde desde o início da pandemia. Um levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) aponta que a taxa de mortalidade de pacientes por Covid-19 chegou a 15,1% no período, índice superior aos 14,9% registrados em agosto de 2020, até então considerado o pior mês da crise sanitária. Também em março, 45% dos pacientes que procuraram os prontos socorros com suspeita da doença testaram positivo para a infecção pelo coronavírus. O tempo de internação de pacientes também aumentou no início deste ano em relação ao ano de 2020, e os maiores picos de ocupação de leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 aconteceram entre março e maio. Um dos coordenadores do estudo, Ary Ribeiro, acredita que um possível novo agravamento da crise sanitária deve afetar menos o sistema de saúde. “Terceira onda se vier é provável que não terá a mesma intensidade da segunda, acho que vem [uma nova onda] e acredito que talvez o benéfico agora é que os hospitais, principalmente os sistema público, se prepararam com estruturas mais perenes.”

Ao contrário das expectativas, o levantamento também mostrou que a taxa de ocupação de leitos nos hospitais privados caiu em 2020 quando comparado ao período pré-pandemia. O índice que se mantinha em 75% entre 2017 e 2019 caiu para 67,59% no ano passado. Os pesquisadores acreditam que o resultado se justifica por causa do adiamento de procedimentos eletivos e pelo receio da população de sair de caso. Segundo a associação, até 25% das consultas são realizadas remotamente. Em 20% dos hospitais, a telemedicina até metade dos atendimentos, chegando em 75% em algumas unidades.

*Com informações da repórter Caterina Achutti 

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