Mariano Rajoy quer que Catalunha esclareça se declarou ou não independência
Tudo certo nada resolvido na Catalunha. A declaração unilateral de independência feita nesta terça-feira (10) pelo presidente regional Carles Puigdemont conseguiu não agradar a ninguém nem definir a questão de forma definitiva.
A saída encontrada pelo governo catalão de declarar independência e suspender os efeitos da decisão imediatamente foi uma saída tão engenhosa quanto efêmera para a crise aberta com o referendo de primeiro de outubro.
A ideia, pelo menos no que foi passado para o público, é ganhar tempo e tentar encontrar uma solução negociada para o processo separatista.
Acontece que o tempo não ajudou em nada o movimento que pede a secessão. Do dia do referendo para cá, a pressão sobre o governo catalão só cresceu e veio de todos os lados, incluindo de países importantes da União Europeia, como a França.
Empresas de grande porte deixaram a região temendo a instabilidade trazida para os negócios. Manifestantes foram às ruas demonstrar apoio a Espanha. E o governo central de Madri também não demorou muito para dizer ontem mesmo que não há nada a ser negociado com a Catalunha.
Então ao menos que o governo de Barcelona tenha uma outra carta na manga, ou esteja encarando a situação com um processo de longo prazo em que esse é apenas mais um movimento para chegar a um inevitável referendo negociado, é provável que a atual investida separatista acabe completamente asfixiado nos próximos dias.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy fez declaração para reagir à declaração em suspenso da autonomia da Catalunha. Ele questiona se declararam ou não a independência. “Se vocês declararam a independência, vamos acionar o artigo 155 da Constituição, que prevê a intervenção na região. Se não declararam, voltamos a um estado de legalidade”.
Rajoy quer o apoio de todos os principais partidos antes de tomar a medida drástica e inédita na história do país, que suspende a autonomia da Catalunha. Mas os socialistas ainda relutam em apoiar a ação.
De qualquer forma, os sinais não são bons para o movimento separatista e os próprios manifestantes pró-secessão demonstravam isso ontem nas ruas de Barcelona com a decepção de ter ouvido uma declaração de independência que não criou absolutamente nada novo.
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