Marun diz que caminhoneiros “têm razão” em protesto, mas pede reabastecimento

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2018 08h52 - Atualizado em 24/05/2018 09h18
Antônio Cruz/Agência Brasil "Onde se dará a compensação" do corte do PIS?", questiona o ministro, criticando a decisão "de afogadilho" da Câmara de zerar o imposto do diesel

Em meio à crise dos preços dos combustíveis e de abastecimento do País, O ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun, responsável por articular com o Congresso, lamentou a decisão da Câmara de zerar o PIS/Cofins sobre o diesel até o final do ano. Marun disse que a decisão dos deputados “foi tomada a partir de um cálculo errado”.

“Se vamos efetivamente abolir essa fonte importante de receita da União, temos que analisar no orçamento de onde isso será retirado”, destacou o ministro em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã nesta quinta (24). Para Marun, “o que aconteceu ontem mostra que medidas tomadas de afogadilho não são a melhor solução nesse momento”.

“Não há política”

O ministro do Governo, no entanto, não deixa de dar razão ao pleito dos caminhoneiros e não vê motivação política na greve dos caminhoneiros, que ameaça o abastecimento de produtos essenciais pelo País. “Essa questão é grave. Não deixa de ter razão esse protesto. Realmente os preços atingiram preços muito acima do que esperávamos em razão da crise internacional”, disse Marun.

“Não há comando político, não há política. Há uma situação onde de fato cabe razão aos protestos. Meu pai sempre me ensinava: quem tem razão tem a força”, disse Marun.

“A gente pede nesse momento responsabilidade, que seja retomado o abastecimento”, clamou, no entanto o ministro, destacando que a Petrobras abaixou em 10% o preço do diesel por 15 dias. “Temos 15 dias para retomar as negociações e que esses 15 dias sejam usados em prol do Brasil”, afirmou.

Marun viu “um gesto de boa vontade” da petroleira brasileira que determina os preços do mercado.

“Essa decisão também depende de uma visão dos caminhoneiros no sentido de que estão sendo tomadas atitudes”, pediu também o articulador de Temer.

“Nós não podemos determinar à Petrobras que tenha prejuízo neste momento”, disse o ministro. Ele elogiou a política de preços da companhia que segue as flutuações do petróleo no mercado internacional.

“Irresponsabilidade”

Marun negou irresponsabilidade e falta de organização de governo no gerenciamento da crise.

“Alguém imaginava que o barril do petróleo, após a beligerância entre o (Donald) Trump e o Irã, iria chegar a 80 dólares?”, questionou.

A irresponsabilidade foi quebrar a Petrobras com uma política irreal de preço”, disse. “Irresponsabilidade é ficar fazendo demagogia como se fosse possível uma previsão como essa”.

Marun também citou a crise internacional dos preços do petróleo em outubro de 1973.

“A Petrobras foi quebrada há dois anos em razão de uma política irreal de preços”, criticou o ministro de Temer, em referência ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Ouça a entrevista completa:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.