Marun diz que Temer ficou indignado e abalado com indiciamento em inquérito
O presidente Michel Temer ficou indignado com o relatório da Polícia Federal que pediu o indiciamento dele por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Outras 10 pessoas, também foram indiciadas, entre elas a filha de Temer.
Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o Planalto está confiante e não trabalha com a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República, encaminhar ao Congresso Nacional a terceira denúncia contra o presidente.
Marun disse ainda que o presidente está muito abalado por conta principalmente do indiciamento da filha Maristela, que supostamente teve a reforma da casa paga com dinheiro de propina.
A investigação começou no ano passado e apura supostas irregularidades na edição de um decreto para o setor de portos. A suspeita é de que o decreto tenha favorecido empresas do setor.
A PF, no entanto, argumenta que a participação do presidente seria muito mais antiga. Que ele teria influência sobre o porto de Santos desde a década de 90. A defesa do presidente pediu ao Supremo Tribunal Federal que decrete a imediata nulidade do indiciamento.
O argumento é que a Polícia Federal teria usurpado competência do próprio tribunal ao pedir o indiciamento do presidente que tem o chamado foro privilegiado. A Procuradoria Geral da República tem agora 15 dias para se manifestar inclusive sobre o pedido de prisão de 4 pessoas e sobre o pedido de bloqueio dos bens dos investigados.
O ministro Roberto Barroso, que é relator desse inquérito dos portos, homologou a delação premiada do empresário José Antunes Sobrinho, sócio da empreiteira Engevix que teria sido subcontratada para atuar nas obras da Eletronuclear, e desviado recursos para o MDB, partido do presidente da República.
Na delação, Sobrinho cita também um repasse de pouco mais de R$ 1 milhão para o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer.
*Informações da repórter Luciana Verdolin
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