Marun vê “setores embriagados” por greve e “infiltrações radicais” de esquerda e direita
Após nova concessão de benefícios aos caminhoneiros em greve, como a redução do diesel por 60 dias, o ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun espera que até terça-feira (29) todos os motoristas voltem a realizar os fretes pelo Brasil para enfrentar a crise de abastecimento que prejudica todas as regiões.
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, Marun disse que “tudo foi atendido” em relação à pauta dos manifestantes. Para o ministro de Michel Temer, os motoristas que ainda não retomaram ao trabalho fazem parte de uma minoria “radical”.
Marun vê ainda uma tentativa de “setores embiagados”, políticos e sindicais, de tentar “pegar carona” no movimento dos caminhoneiros, no que chama de “oportunismo”. Entre eles estariam os petroleiros, que anunciaram greve para a próxima quarta-feira (30).
“As reivindicações dos caminhoneiros foram atendidas. O monitoramento que me chega é que, das lideranças conhecidas, todas as entidades estão recomendando o fim do movimento e a volta ao trabalho, inclusive lideranças que estavam insatisfeitas com o primeiro acordo. A nossa expectativa é que entre hoje e amanhã (terça) esses caminhoneiros voltem a abastecer a população brasileira e temos otimismo em relação a isso”, projetou Marun.
“Daqui para frente existe a impregnação desses setores radicais, tanto de aspecto ideológico de direita ou de esquerda, mas os sinais apontam que essa é a minoria e que a maioria está voltando a trabalhar”, afirmou o ministro.
“Sabemos que existem ainda alguns setores embriagados pelo poder revelado pela manifestação, tentam obter ganhos incompatíveis com a realidade brasileira, daí é transformar a população em refém. E sabemos que existem algumas infiltrações de setores políticos radicais no movimento”, disse ainda Marun. “Mas o movimento genuíno, o movimento dos caminhoneiros está resolvido”, classificou o definiu.
Petroleiros “oportunistas”
Questionado se o governo federal não teme um “efeito dominó” em que outras categorias barganham com o governo e o que acha da ameaça de greve dos petroleiros, Marun classificou o movimento de “político e inoportuno”.
“Esse movimento paredista da Petrobras é um movimento nesse momento político, inoportuno, no momento em que a Petrobras está sendo questionada, esse movimento realmente não soma nada, mas atrapalha”, disse.
O ministro não acredita que a greve vai “avançar”. “A história faz com que tenhamos consciência ainda no bom senso dos senhores e senhoras petroleiras. Nós não acreditamos que esse movimento não vai conseguir avançar por se tratar de um movimento político, tanto que os as reivindicações extrapolam a questão da categoria”, avaliou. “É o oportunismo de setores sindicais, centrais sindicais e outros setores que tentam pegar uma carona nesse movimento dos caminhoneiros”, classificou Marun.
Ouça a entrevista completa:
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