May diz que Brexit ocorrerá no prazo e que não haverá adiamento
Palavra de político não vale muita coisa em nenhum lugar do mundo. Ainda assim é o que restou para os britânicos no momento.
Ninguém sabe bem o que vai acontecer em relação ao Brexit, a separação do Reino Unido da União Europeia. Ainda assim, engana-se quem não acredita que ele irá ocorrer em 29 de março, pelo menos segundo Theresa May.
A primeira-ministra declarou neste domingo (03) que irá entregar o divórcio europeu no prazo combinado e que não haverá adiamento.
Em um artigo no jornal Sunday Telegraph, May afirmou que retomar as negociações com a Europa com energia renovada depois da vitória recente no Parlamento em Londres.
Acontece que os europeus não enxergam dessa forma e seguem repetindo que não haverá renegociação com o Reino Unido.
Enquanto o impasse político persiste, as empresas seguem se movimentando para evitar o eventual caos de uma separação sem acordo.
No domingo, a Nissan, que possui a maior fábrica de automóveis em território britânico, anunciou que não irá mais produzir um de seus SUVs aqui na Inglaterra.
A decisão foi tomada para evitar novos investimentos no país diante das incertezas trazidas pelo processo de desfiliação da União Europeia.
As consequências para a região de Sunderland, onde fica a planta da Nissan, ainda são incertas, mas o fato é que a indústria automotiva britânica registrou em 2018 o menor número de produção de veículos dos últimos cinco anos.
E está ficando claro também um dos principais paradoxos do Brexit: Londres, que votou em maioria pela permanência na União Europeia, deve ser uma das regiões da Grã Bretanha menos afetadas pela desfiliação, já que possui uma economia sofisticada e bastante atrelada aos setores de serviços e mercado financeiro.
Já as áreas menos desenvolvidas no interior britânico, que votaram em peso pelo Brexit, devem sofrer mais com o desinvestimento estrangeiro. Sunderland, onde está a fábrica da Nissan, é um exemplo. 61% dos eleitores da região votaram a favor da desfiliação.
Por fim, os jornais britânicos ainda informam que as autoridades britânicos atualizaram os planos de evacuação da família real, caso o Brexit sem acordo acabe em desordem na capital.
Alguns políticos trataram a informação como sensacionalismo das autoridades responsáveis pela segurança dos Windsor já que a família real permaneceu em Londres até mesmo durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
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