May encontrará Macron e Merkel para convencê-los de que negociações do Brexit estão caminhando

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 09/04/2019 09h14 - Atualizado em 09/04/2019 10h28
EFE O continente ainda não decidiu se vai aceitar uma nova extensão do prazo de desfiliação como quer o governo de Londres

Os britânicos votaram para sair da União Europeia, mas em última instância podem acabar enxotados do bloco mesmo. O continente ainda não decidiu se vai aceitar uma nova extensão do prazo de desfiliação como quer o governo de Londres.

Theresa May vai se encontrar nesta terça-feira (09) com Emmanuel Macron e Angela Merkel para tentar convencê-los de que as negociações estão caminhando na Inglaterra. A primeira-ministra acredita inclusive que um acordo com a oposição está perto de ser anunciado e se compromete a seguir as regras da União Europeia sem tumultuar mais o bloco nas semanas de desfiliação que restam.

Essa é a questão central do momento. “Perfidious Albion” é uma expressão na diplomacia internacional que literalmente significa Bretanha traiçoeira. A França, de acordo com os indicativos dados por Macron, quer encerrar logo o assunto e forçar o Brexit sem acordo já na sexta-feira (12) agora. Porque aumentar o prazo de desfiliação significa envolver o Reino Unido nas eleições parlamentares do bloco no mês que vem.

Isso em um ambiente em que os partidos tradicionais britânicos estão amplamente desmoralizados com o eleitor. Logo, a possibilidade de que fanáticos nacionalistas ingleses acabem vencendo mais cadeiras que o normal não parece desprezível. Existe ainda o constrangimento de ter que ouvir a opinião dos britânicos em outros temas delicados que serão discutidos nos próximos meses, como o orçamento europeu, por exemplo.

Mas a Alemanha pondera que o desgaste de um divórcio sem acordo pode sair ainda mais caro. Por isso a expectativa é de que os europeus acabem cedendo para o Reino Unido outra vez – talvez até com uma extensão de um ano.

Se for esse o caminho, parece inevitável que novas eleições sejam convocadas. Logo, dá para concluirmos que seja qual for o desfecho essa confusão ainda vai longe.

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