May responsabiliza parlamento pelo caos nas negociações do Brexit: ‘A culpa não é minha’

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 21/03/2019 10h30
EFE A premiê conclui dizendo que está do lado da população e que chegou a hora do parlamento resolver a questão

A primeira-ministra britânica, Theresa May, parece ter roído a corda com pronunciamento feito na televisão nesta quarta-feira (20). Ela não se acanhou em responsabilizar o parlamento pelo caos nas negociações com a Europa e disparou: “a culpa não é minha”.

Em uma fala de menos de quatro minutos, May disse estar certa de que o público não aguenta mais falar em Brexit e está cansado das incertezas e disputas políticas enquanto as preocupações da vida real foram deixadas de lado.

A premiê conclui dizendo que está do lado da população e que chegou a hora do parlamento resolver a questão.

Momentos antes, Theresa May enviou carta a Bruxelas pedindo extensão do prazo de desfiliação do bloco europeu até dia 30 de junho, mas ela depende da aprovação da União Europeia. A nova data cancelaria o previsto no início, que era 29 de março.

Apesar do curto período, May disse que o adiamento era causa de grande lamentação de sua parte e chegou a insinuar que poderia deixar o cargo caso uma extensão de longo prazo se fizer necessária.

E aí mora o próximo passo de impasse. Ela vai à UE nesta quinta-feira (21) negociar um novo prazo, mas o bloco já adiantou que só dará a prorrogação se o parlamento em Londres aprovar o acordo do Brexit.

Donald Tusk, presidente do conselho europeu, admitiu que as chances de um entendimento são frágeis, praticamente ilusórias.

No meio do caos político, a França endureceu sua posição. Disse que a Europa está pronta para a separação sem acordo. E é isso que vai acontecer na sexta-feira da semana que vem se nenhum entendimento for alcançado em Londres.

Os preparativos burocráticos estão sendo feitos dos dois lados, mas o cenário de um Brexit litigioso ainda é bastante opaco.

Tudo pode acontecer nas próximas horas e a única situação clara é a perda de confiança entre políticos dos dois lados do Canal da Mancha. E o povo britânico aguarda o desenrolar dos fatos ciente de que aconteça o que acontecer o Reino Unido já saiu perdendo.

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