Me assustei com a quantidade de idosos que ainda estão nas ruas, diz brasileira em Lisboa

  • Por Jovem Pan
  • 23/03/2020 10h20 - Atualizado em 23/03/2020 10h50
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EFE/EPA/TIAGO PETINGA pessoas andando na frente de faculdade em portugal Leda Letra disse que sentiu a população despreocupada enquanto os casos se concentravam na China e na Itália

A população de Portugal decidiu se isolar voluntariamente, antes do decreto apresentado pelo governo de Marcelo Rebelo de Sousa para tentar minimizar os efeitos do novo coronavírus. Os idosos, porém, não parecem estar levando a medida muito a sério.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, a jornalista Leda Letra, que tem uma lavanderia self-service com o marido em Lisboa, falou sobre a situação do país diante da pandemia.

O negócio que Leda tem com o marido não fechou as portas porque, apesar do decreto do governo, ele se encaixa nas categorias que podem se manter abertas. No entanto, o horário de funcionamento foi reduzido. “Passamos os últimos dias em busca de álcool, máscaras e luvas. Reabrimos hoje.”

De acordo com ela, apesar de não ter anunciado a construção de hospitais de emergência, o Ministério da Saúde local demonstra bastante preocupação. Até o momento já são mais de 2 mil casos do novo coronavírus e 23 mortos. “Eles pedem que a população idosa fique em casa, mas hoje passei de carro e me assustei com a quantidades de idosos nas ruas de Lisboa como se nada tivesse acontecendo.”

Leda Letra disse que sentiu a população despreocupada enquanto os casos se concentravam na China e na Itália. Mas, depois que a covid-19 se espalhou pelo continente europeu, os portugueses decidiram se isolar por conta própria. “Em geral, nós só vemos as pessoas indo para farmácias e mercados. A atitude da população foi elogiada pelo governo.”

Antes de reabrir a lavanderia, Leda e a família estava em isolamento há sete dias — quando as aulas da filha foram suspensas. A jornalista explicou outras medidas adotadas pelo governo para não prejudicar os donos e funcionários de empresas por conta da quarentena.

“Como aqui é uma cidade que depende muito do turismo e ele está quase inexistente, o primeiro-ministro apresentou prontamente medidas como a necessidade do pagamento de pelo menos 66% do salário dos empregados; desconto da segurança social de apenas 1/3 pelos próximos três meses; a possibilidade de empréstimos pelo governo; e, agora, as pessoas podem pedir moratória de hipotecas por alguns meses.”

 

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