MEC anuncia novo bloqueio de bolsas para pesquisas

  • Por Jovem Pan
  • 05/06/2019 07h16
Wikimedia Commons Fachada do Ministério da Saúde Com este segundo bloqueio, a pasta já reduziu 6.198 bolsas de estudos da Capes, o que deve representar uma economia de 4 milhões de reais em 2019

A Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, anunciou o bloqueio de 2.700 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.A medida divulgada nesta terça-feira é consequência do contingenciamento de recursos do Ministério da Educação. O congelamento vale para bolsas que ainda seriam concedidas e não prejudica quem já recebe o benefício.

O bloqueio será aplicado a cursos que tiveram nota 3 numa escala que vai até 7.

Segundo o presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correa, no futuro, as bolsas podem voltar a ser concedidas: “Essas bolsas estão sendo congeladas e podem ser retornadas ao sistema se houver melhoria do cenário econômico ou restituição de valores à Capes, por exemplo com recursos da Lava Jato”.

Em maio, a Capes já havia anunciado o corte de outras 3500 bolsas, mas, diante da repercussão negativa, o MEC voltou atrás e reabriu 1200 vagas em cursos com conceitos 6 e 7.

Com este segundo bloqueio, a pasta já reduziu 6.198 bolsas de estudos da Capes, o que deve representar uma economia de 4 milhões de reais em 2019 e 35 milhões até o final de 2020.

Mais cedo, seis ex-ministros da Educação divulgaram uma carta aberta em defesa das políticas públicas, da garantia de recursos, da autonomia universitária e da igualdade de acesso.

Assinaram o documento José Goldemberg, Murilo Hingel, Cristovam Buarque, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e Renato Janine Ribeiro.

Os ex-ministros ainda anunciaram a criação de um observatório da Educação, com o intuito de orientar gestores municipais, estaduais e políticos a respeito da carta.

Candidato derrotado por Bolsonaro na última eleição, Fernando Haddad, do PT, defendeu o investimento em políticas de estado.

Nesta terça-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara respondendo a perguntas de deputados.

Questionado sobre os repasses para as universidades federais, Guedes voltou a afirmar que se trata de um contingenciamento.

Paulo Guedes disse que, no passado, a privatização da educação superior no Brasil foi importante para a garantia de vagas.

Ele ainda afirmou que é um equívoco o governo gastar mais com ensino superior do que com a educação básica.

*Com informações do repórter Afonso Maringoni

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