MEC anuncia novo bloqueio de bolsas para pesquisas
A Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, anunciou o bloqueio de 2.700 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.A medida divulgada nesta terça-feira é consequência do contingenciamento de recursos do Ministério da Educação. O congelamento vale para bolsas que ainda seriam concedidas e não prejudica quem já recebe o benefício.
O bloqueio será aplicado a cursos que tiveram nota 3 numa escala que vai até 7.
Segundo o presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correa, no futuro, as bolsas podem voltar a ser concedidas: “Essas bolsas estão sendo congeladas e podem ser retornadas ao sistema se houver melhoria do cenário econômico ou restituição de valores à Capes, por exemplo com recursos da Lava Jato”.
Em maio, a Capes já havia anunciado o corte de outras 3500 bolsas, mas, diante da repercussão negativa, o MEC voltou atrás e reabriu 1200 vagas em cursos com conceitos 6 e 7.
Com este segundo bloqueio, a pasta já reduziu 6.198 bolsas de estudos da Capes, o que deve representar uma economia de 4 milhões de reais em 2019 e 35 milhões até o final de 2020.
Mais cedo, seis ex-ministros da Educação divulgaram uma carta aberta em defesa das políticas públicas, da garantia de recursos, da autonomia universitária e da igualdade de acesso.
Assinaram o documento José Goldemberg, Murilo Hingel, Cristovam Buarque, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e Renato Janine Ribeiro.
Os ex-ministros ainda anunciaram a criação de um observatório da Educação, com o intuito de orientar gestores municipais, estaduais e políticos a respeito da carta.
Candidato derrotado por Bolsonaro na última eleição, Fernando Haddad, do PT, defendeu o investimento em políticas de estado.
Nesta terça-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara respondendo a perguntas de deputados.
Questionado sobre os repasses para as universidades federais, Guedes voltou a afirmar que se trata de um contingenciamento.
Paulo Guedes disse que, no passado, a privatização da educação superior no Brasil foi importante para a garantia de vagas.
Ele ainda afirmou que é um equívoco o governo gastar mais com ensino superior do que com a educação básica.
*Com informações do repórter Afonso Maringoni
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.