Médicos adotam tratamento com corticoides para diminuir internações por Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 05/06/2020 06h22 - Atualizado em 05/06/2020 08h06
remédios saindo do frasco O protocolo também está sendo usado por médicos em São Paulo, embora os hospitais da capital ainda tenham leitos disponíveis

Os leitos dos hospitais de Belém já estavam totalmente ocupados quando os sintomas da Covid-19 de seu Francisco Araújo, de 84 anos, começaram a se agravar. Sem saber quem mais procurar, a neta de seu Francisco, Rayara Araújo, recorreu às redes sociais para buscar ajuda.

Uma médica da capital paraense propôs um tratamento diferente daquele que vinha sendo adotado: seu Francisco tomaria corticoides, antibióticos e anticoagulantes em casa. Rayara conta que inicialmente sentiu medo de que os remédios não funcionassem, mas que essa era a única opção naquele momento.

Os remédios que seu Francisco tomou fazem parte do chamado “protocolo colapso”, um tratamento feito em casa, com remédios orais, quando não há a opção de internação. O objetivo não é combater o coronavírus, mas sim as reações que ele causa no corpo, como os problemas nos pulmões.

O protocolo foi indicado à anestesista paraense Luciana Cruz pelo imunologista Roberto Zeballos e está sendo implementado por médicos no Pará e no Maranhão. Segundo esses profissionais, até o dia 26 de maio, dos 323 pacientes tratados desta forma, 45 foram internados e só um morreu.

Na avaliação de Luciana Cruz, o tratamento se mostrou uma alternativa dos profissionais da saúde para conter a superlotação dos leitos nos hospitais.

O protocolo também está sendo usado por médicos em São Paulo, embora os hospitais da capital ainda tenham leitos disponíveis. O pneumologista Rodrigo Santiago é um deles; ele afirma que o corticoide combate a inflamação nos pulmões causada pela Covid-19.

Os especialistas ouvidos pela Jovem Pan ressaltam que os pacientes não devem se medicar por conta própria e que cada caso é avaliado individualmente. Eles destacam, ainda, que é preciso procurar um médico em caso de febre alta e persistente, falta de ar ou dor no peito.

*Com informações da repórter Nicole Fusco

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