“Meghan mania” toma conta do Reino Unido

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan em Londres
  • 02/12/2017 10h52 - Atualizado em 02/12/2017 10h53
EFE/ Nigel Roddis Príncipe Harry e sua noiva Meghan Markle participam de feira beneficente em Nottingham, no Reino Unido

Na capital do Reino Unido, o final de semana vai ser bonito, com sol, mas com temperaturas baixas que não vão chegar aos dois dígitos. Sinal de que o inverno que está por vir será pesado.

Mas o que os britânicos estão esperando mesmo é pela primavera, mais exatamente maio, quando será realizado mais um casamento real.

O poder de comoção da monarquia neste país é algo difícil de compreender, principalmente para quem não nasceu aqui, como eu.

Meghan Markle está na capa de todos os jornais mais uma vez neste sábado. Sem distinção. Desde os tablóides mais sensacionalistas, que aqui são chamados de “red tops”, ou cabeçalhos vermelhos, até os mais tradicionais e conceituados como The Guardian, The Times e Daily Telegraph.

O Financial Times, por exemplo, traz um perfil da atriz americana escrito pelo comentarista de política do jornal. Ele aponta que o noivado do príncipe Harry trouxe uma nova explosão de brilho real para a Grã Bretanha.

Markle e o príncipe Harry participaram ontem de seu primeiro ato público como noivos, na cidade de Nottingham, e o público foi à loucura, mais ou menos como ia quando via os Beatles algumas décadas atrás.

Não é à toa que o The Sun já fala inclusive em “Meghan Mania”. A nova imigrante da família real está sendo muito bem recebido, no geral, embora não tenha escapado ilesa dos comentários sobre seu divórcio e das origens da família dela.

Alguns tablóides têm publicado fotos antigas da atriz. O Daily Mail, por exemplo, publica neste sábado até um encarte só com fotos que diz ser da intimidade da americana.

Em resumo, o Reino Unido precisava desesperadamente de alguma notícia leve, positiva, para quebrar o clima gelado trazido pelas incertezas do Brexit.

Nada tem mais poder de atrair a atenção dos britânicos, principalmente dos ingleses, que os acontecimentos da família real. Pouco importa que a conta do casamento será paga, em última instância, pelos cofres públicos. Ou que a americana tenha entrado numa vida de privilégios porque vai se casar com um homem que nunca fez nada de significativo além de ter a sorte de nascer no berço certo.

Questionar a monarquia no Reino Unido é tão eficiente quanto querer enxugar gelo. Definitivamente não leva a lugar nenhum. Um excelente final de semana a todos os ouvintes do Jornal da Manhã.

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