Membros do ‘Centrão’ não querem o fim do foro privilegiado, afirma deputado do Podemos

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2020 10h23
Câmara dos Deputados Deputado José Nelto Segundo o deputado, com a votação da PEC, o número de cargos com foro privilegiado seria limitado a apenas quatro autoridades

Um grupo de parlamentares do “Centrão” não quer aprovar o fim do foro privilegiado. A afirmação foi dada por José Nelto, deputado federal do partido, durante entrevista ao Jornal da Manhã nesta quinta-feira (5). O parlamentar definiu o privilégio um “cobertor da impunidade para autoridades que não merecem estar à frente dos seus cargos.”

A proposta do partido Podemos é cobrar do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que as discussões sobre a PEC 333/2017, que visa extinguir o foro privilegiado, sejam retomadas após 450 dias de paralisação do debate.

De acordo com o deputado, o motivo para a demora é o desejo de alguns parlamentares de “se esconderem atrás do foro privilegiado”. Segundo ele, “autoridades de setores do poder judiciário, juntamente com o presidente Rodrigo Maia e membros do Centrão não querem votar o fim do foro privilegiado.”

Para José Nelto, com o fim do foro privilegiado muitos parlamentares, entre eles deputados, senadores e governadores, estariam “na cadeia há muito tempo” e a corrupção no país seria bem menor.

“É uma vergonha, nós temos aproximadamente 55 mil autoridades que querem se esconder atrás do foro privilegiado. Assim que a gente aprovar, eu posso afirmar com toda tranquilidade que a corrupção vai diminuir no Brasil.”

Ainda de acordo com Nelto, com a votação da PEC, o número de cargos com foro privilegiado seria limitado a quatro autoridades, sendo eles: o presidente da república, presidente da Câmara das Deputados, presidente do Senado e o presidente do Supremo Tribunal Federal.

Perseguições políticas

Um dos pontos apresentados como contraditórios para a aprovação da PEC está a possibilidade, com o fim do foro privilegiado, de existirem perseguições políticas em pequenos municípios brasileiros. Entretanto, para o parlamentar, não há chances de que situações como essas aconteçam, pois seriam abusos de autoridade.

“É só você não fazer nada errado, você ser honesto e conduzir bem a sua vida pública. Se você delegado, deputado, governador, promotor. O que não pode continuar é com a impunidade do Brasil”, finalizou.

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