Mercado de trabalho continua precário, garante economista do IBGE
Falta de trabalho afeta quase 28 milhões de brasileiros e atinge patamar recorde no primeiro trimestre do ano, aponta o IBGE. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, a queda no desemprego se deve a dois fatores que vêm crescendo: a subutilização e o desalento.
São considerados desempregados apenas aqueles que procuram emprego, mas 4,1% dos brasileiros desistiram de tentar uma vaga.
Segundo o economista Cimar Azeredo, do IBGE, a situação do mercado de trabalho segue bastante precária. “É um mercado que mostra ainda, para aquelas pessoas que estão ocupadas, um processo de precarização muito avançado. Queda na carteira, aumenta do trabalho por conta própria… O retrato geral da Pnad Contínua é que o mercado continua numa situação bastante desfavorável”, explicou Azeredo.
O professor Hélio Zylberstajn, da USP, lembra que todo primeiro trimestre as taxas de subutilização no emprego crescem.
No entanto, em entrevista a Denise Campos de Toledo, o especialista em relações de trabalho destaca que a situação agora é um pouco pior: “Em toda virada de ano trimestreal a taxa de subutilização aumenta. A deste ano seguiu essa regra. Foi o menor aumento desde 2014. A situação está grave e a taxa do desemprego alta, mas está diminuindo se alargarmos um pouco o horizonte de observação”, revelou Hélio Zylberstajn.
Desde 2014, a subutilização cresceu 73%, atingindo 11, 7 milhões de pessoas. O comportamento do mercado de trabalho tem refletido as desigualdades econômicas e sociais do país.
*Com informações de Rodrigo Viga e Denise Campos de Toledo
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