Mesmo com avanço da vacinação, 797 prefeituras não receberam doses contra Covid-19 nesta semana

Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios aponta também que 34,4% das cidades não registraram mortes pela doença nos últimos dias

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2021 07h10
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EFE/EPA/IGOR KOVALENKO Profissional da saúde prepara dose da vacina Sputnik V para aplicação País tem registrado queda nas internações em UTIs e, nesta semana, a maioria dos municípios teve ocupação entre 60% e 80%

Como o Brasil depende de insumos vindos de fora para a fabricação das vacinas contra a Covid-19, atrasos na entrega acabam prejudicando o andamento da imunização. Mas, mesmo com esses entraves, o país tem conseguido vacinar a população e reduzir o número de óbitos. É o que confirma uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios. O estudo realizado com 3.181 cidades aponta que 797 prefeituras não receberam doses do imunizante nesta semana. O levantamento aponta também que 34,4% das cidades não registraram mortes por Covid-19 nesta semana, 16,7% não tiveram aumento no número de infectados e 34,4% informaram que seguem no mesmo patamar. Enquanto isso, 41,1% relatam redução nos casos. A pesquisa traz também dados sobre a taxa de ocupação de leitos nas UTIs.

De acordo com a CNM, o país tem registrado queda nas internações em UTIs e, nesta semana, a maioria dos municípios teve ocupação entre 60% e 80%. Cerca de 25,5% dos municípios tem ocupação abaixo de 60% e 4,1% estão com capacidade acima de 95%. Estados que conseguiram adiantar a vacinação têm planejado começar a vacinação em adolescentes — 79,9% das cidades informam que pretendem vacinar adolescentes a partir dos 12 anos, 11,4% ainda não pretendem iniciar a vacinação desta faixa etária e 68,2% dos municípios só vão vacinar adolescentes depois de acabar com a fila dos maiores de 18 anos. Patrícia Muller, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que a vacinação para todas a idades é importante, mas que é preciso priorizar os mais velhos.

“As pessoas abaixo de 18 anos podem esperar um pouquinho mais, porque a maior transmissibilidade e forma grave da doença ocorrem entre 30 e 50 anos de vida. Somente depois que nós vacinarmos essas pessoas, começamos a pensar em vacinar pessoas a partir de 18 anos de vida.” A infectologista ressalta a importância da vacina para reduzir a propagação das variantes. “Reduzindo a transmissão do vírus, a gente reduz a formação das variantes. É essa a ideia. Para que a gente tenha essa efetividade, temos que vacinar entre 85% e 90% da população. E, para isso, a gente não pode escolher vacina. Temos que usar todas as vacinas do nosso cardápio, que estão disponíveis, para ter essa efetividade. Uma coisa é a eficácia da fase 3 que vai de 50% a 95%. Oura coisa é a efetividade para conter a pandemia.” Ela lembra que estudos já comprovam que as vacinas usadas no Brasil são eficazes contra a variante delta.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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