Mesmo com Brexit, UE tem momento favorável para ampliar integração entre países-membros

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 14/09/2017 09h45 - Atualizado em 14/09/2017 09h51
Wikimédia É essa a imagem que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tentou passar durante o discurso anual sobre o Estado do bloco

Quem achava que a União Europeia entraria em colapso depois do Brexit e das eleições em seus países fundadores quebrou a cara. A instituição segue de vento em popa, em um momento favorável inclusive para ampliar a integração entre seus países-membros.

Pelo menos é essa a imagem que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tentou passar durante o discurso anual sobre o Estado do bloco em Estrasburgo nesta quarta-feira (13).

O desemprego no bloco vem caindo, está no menor nível nos últimos nove anos, a crise imigratória saiu das manchetes e as economias europeias têm apresentado alguma recuperação.

Para Juncker, o Reino Unido vai se arrepender do Brexit e a União Europeia tende a se tornar cada vez mais integrada, chegando perto da formação – para o arrepio os britânicos – dos Estados Unidos da Europa.

O líder do bloco acha que o 30 de março de 2019, o dia depois da saída da Grã-Bretanha, precisa marcar um movimento de ampliação do projeto europeu trazendo mais países para a zona do euro, que adotam a moeda comum, e para a zona Shenghen, de livre circulação no continente.

Junker também quer acelerar os acordos de livre comércio, o que de alguma forma pode ser bom para o Mercosul e sua interminável negociação com o bloco. O governo brasileiro espera que um gesto positivo seja feito pela União Europeia já no mês que vem, provavelmente incluindo concessões para a carne brasileira, para tentar firmar o acordo de uma vez.

No Reino Unido, que sempre torceu o nariz para a maior integração do bloco, que aqui é enxergada como perda de soberania, o discurso tem sido encarado pelos conservadores como um grande alívio. Simplesmente porque ele não vai afetar mais os britânicos.

Mas também existe o outro lado da moeda. A cada dia fica mais claro que os britânicos vão precisar de um esforço descomunal para não acabarem isolados dentro de sua própria ilha.

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