‘Mesmo com processo de impeachment, 34% dos americanos votariam no Trump’, diz especialista
O presidente norte-americano, Donald Trump, enfrenta um processo de impeachment a pouco mais de um ano das próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ele é acusado de pressionar o presidente da Ucrânia a investigar o democrata e possível rival nas eleições do ano que vem, Joe Biden, cujo filho, Hunter Biden, fez parte do conselho de administração de uma empresa de gás ucraniana.
Mesmo diante desse cenário, pesquisas recentes mostram que os americanos não estão levando a gravidade do processo em conta na hora de projetar o próximo pleito. Em entrevista ao Jornal da Manhã, o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan explicou a situação.
Para ele, o eleitor ainda não conectou a eleição ao processo de impeachment. “Em torno de 34% dos eleitores, no geral, afirmam que votariam em Donald Trump em qualquer circunstância. Cerca de 90% dos eleitores republicanos – ou seja, que apoiam o partido do atual presidente – dizem que votariam em Trump mesmo com o processo. Esses são os pontos que merecem toda a atenção.”
De acordo com Trevisan, a economia norte-americana ainda não sentiu os efeitos de uma possível recessão. “É com esse perfil que o Trump se apresentará ao eleitores em novembro – e isso terá um forte efeito na hora do voto. Especialistas apontam que, nessa situação, mantendo o quadro como está, é bastante provável que Donald Trump seja reeleito.”
Do lado republicano, ainda não há candidatos fortes suficientes para eliminar o favorito nas primárias. Como o “mundo republicano” tem apoio declarado ao atual presidente, não há nenhuma outra candidatura despontando. “Levando em conta o processo eleitoral norte-americano, o financiador de campanha está mais interessa em olhar para a força de Trump do que desviar para outras candidaturas”, completa Leonardo.
Argentina
Voltando os olhos para a América do Sul, o especialista em Relações Internacionais também falou sobre como a relação Brasil e Argentina pode ser afetada após a vitória de Alberto Fernández no último domingo.
De acordo com ele, a Argentina disputa hoje com os Estados Unidos o segundo lugar no mercado exportador brasileiro. “Uma situação mais grave, economicamente falando, afeta de forma direta esse processo. O Brasil está abrindo caminhos liberais, tentando acordo bilaterais. E já ficou muito claro que a Argentina vai fazer a opção de um Estado intervencionista na economia. Esse distanciamento preocupa”, finaliza.
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