Mesmo limitada, reabertura das atividades comerciais anima empresários em SP

Porém, representantes de restaurantes, salões de beleza e academias tinham a expectativa de voltar a trabalhar já neste fim de semana

  • Por Jovem Pan
  • 17/04/2021 08h50
ISABELLA FINHOLDT/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO shopping Dados do Sebrae Nacional apontam que 73% dos empresário do ramo de beleza estão endividados

A Federação das Associações Comerciais do Estado e a Associação Comercial de São Paulo comemoram a possibilidade de voltar ao trabalho, mesmo que ainda de forma limitada. As entidades pressionavam o governo de São Paulo para a volta do funcionamento dos serviços não essenciais. Para o setor, a reabertura com horário reduzido e restrição de 25% da capacidade não são as melhores medidas para evitar as aglomerações. Ainda assim, o Sérgio Zeintunlian, proprietário de uma rede de lojas de roupa, reagiu com alívio ao anúncio.

“Esse prolongamento com certeza iria causar mais demissões, mais do que a gente infelizmente teve que demitir. Então veio em uma hora boa essa abertura, apesar de ter suas limitações. Ela é sempre bem vinda e bem comemorada.” O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, Nabil Sahyoun, disse que a flexibilização é uma vitória para o setor, que já teve mais de 15 mil lojas fechadas e perdeu em média 140 mil funcionários. “Menos ruim que agora o governo e secretários entenderam que tinha que flexibilizar. De qualquer maneira, as consequências do setor são catastróficas com a perda de emprego, fechamento de lojas. Mas nós temos que olhar para frente.”

Representantes de restaurantes, salões de beleza e academias tinham a expectativa de voltar a trabalhar já neste fim de semana — mas o retorno ficou somente para semana que vem. Os setores temem que mais este período parado possa aumentar o prejuízo. Dados do Sebrae Nacional apontam que 73% dos empresário do ramo de beleza estão endividados. Desde o início da pandemia, 30% dos empresários fecharam as portas. Só neste mês, 90% não conseguiram arcar com os custos da folha de pagamento do negócio. A proprietária de uma rede de salões de beleza, Rosângela Barchetta, defende que as atividades do setor deveriam ser consideradas essenciais e garante que os cabeleireiros costumam ser um ambiente seguro. “Salão de beleza tem protocolos seguros, sim. A pessoa lava mão o tempo inteir, manicure, cabelereiro lavam a mão, todo mundo de máscara, luva. Não tem como, né? É muito mais seguro. Pior do que isso vai ser o quebra-quebra que está acontecendo no mercado.”

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Salões de Beleza, José Augusto Santos, o setor precisa voltar ao normal com urgência. “Havia necessidade de iniciar as atividades de forma urgente. A gente entende o problema da saúde, a gente entende a gravidade da situação. Mas também entende que a gente tem protocolo suficiente para garantir a segurança do consumidor, do colaborador, do profissional.” Após o governo de São Paulo anunciar que irá manter o toque de recolher entre 20h e 5h até pelo menos o dia 30, a prefeitura da capital decidiu prorrogar o rodízio de veículos noturno na capital paulista. O motorista que for flagrado dirigindo em locais e horários não permitidos terá de pagar uma multa de R$ 130,16.

*Com informações da repórter Caterina Achutti 

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