Mesmo otimista, Governo admite que oposição pode dificultar quórum para votação

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2017 06h37 - Atualizado em 02/08/2017 11h51
  • BlueSky
Brasília - Eliseu Padilha Chega no Palácio do Jaburu, para se reunir com Michel Temer. (Antônio Cruz/ Agência Brasil) Antônio Cruz/ Agência Brasil Apesar de tentar demonstrar otimismo, no entanto, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, admitiu que a oposição pode dificultar e muito a vida da base aliada

O Palácio do Planalto trabalha para encerrar de vez nesta quarta-feira (02) a discussão em torno da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados.

Apesar de tentar demonstrar otimismo, no entanto, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, admitiu que a oposição pode dificultar e muito a vida da base aliada: “o Governo tem uma base de 391 parlamentares considerando as defecções. Portanto, temos condições de garantir o quórum sozinhos. Aparentemente teremos o quórum de 342 deputados no painel. Porém, 342 votos que é o que vai contar para a abertura do resultado, esta nós temos dúvida, porque a oposição está dizendo que não vai dar quórum para a votação”.

O presidente disse ontem que está confiante. Mas ressaltou que quem tem que votar são os que querem destruir aquilo que a CCJ já decidiu, ou seja, não autorizar o prosseguimento da investigação.

Nesta terça-feira foi mais um dia inteiro de reuniões com deputados, incluindo o almoço e jantar. Só no Palácio do Planalto o presidente recebeu mais de 30 deputados, e ainda almoçou com representantes da bancada ruralista. Isso no dia em que o Governo editou Medida Provisória reduzindo dívidas dos produtores rurais.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, avisou que os agrados ajudam, mas que não há garantia de que a bancada vai votar em peso a favor do presidente Temer: “nós não temos unanimidade nesta frente, mas a grande maioria entende que seguir com o presidente é melhor do que fazer qualquer substituição ou deixar com que o País não saiba para que lado vai”.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Nilson Leitão, avisou que dentro da bancada ruralista muitos vão votar contra o presidente: “os votos são fechados. Há uma boa parte de deputados que não votará a favor do presidente Michel Temer”.

Onze ministros voltam nesta quarta à Câmara. A única exceção fica por conta do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que por conta das ações no Rio de Janeiro, não será exonerado.

O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), desconversou quando perguntado sobre a possibilidade de o partido retaliar quem votar pelo prosseguimento da denúncia: “eu não posso falar pelo Democratas. Eu sou do DEM, mas quem fala pelo partido é o líder do partido”.

Já o discurso do ministro da Saúde, Ricardo Barros, é de que a denúncia contra o presidente Michel Temer, atende a interesses de quem quer manter privilégios no País: “estou claro atuante no sentido de garantir ao presidente a conclusão de seu mandato e combater essa ação política de MP e Judiciário que não querem a reforma da Previdência”.

Ontem, no fim do dia, o presidente divulgou um novo vídeo nas redes sociais. Dessa vez para falar sobre os saques nas contas inativas do FGTS. Mais uma vez, o presidente ignorou a denúncia contra ele e a proximidade da disputa com a oposição.

*Informações da repórter Luciana Verdolin

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.