Mesmo preso, Lula aparece em pesquisas por exigência do TSE, explica CEO do Ibope
Em detalhamento da pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (20), o ex-presidente Lula, que permanece preso em Curitiba após condenação em segunda instância no caso tríplex do Guarujá, possui vantagem sobre o nome do PSL, Jair Bolsonaro, em todas as regiões do País.
Mas a pergunta que ainda circula na sociedade é: por que ele ainda é apresentado nas pesquisas se deverá, possivelmente, ter seu registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral?
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, justificou a presença de Lula nas pesquisas, mesmo com ele cumprindo pena de 12 anos e um mês de prisão. “Testamos porque o PT registrou a candidatura junto ao TSE e as pesquisas, que devem ser registradas no tribunal, devem conter, obrigatoriamente, todos os candidatos registrados. Até que a candidatura de Lula seja julgada, todas as pesquisas devem conter seu nome”, explicou.
Mas vale lembrar que, durante a realização da pesquisa, os entrevistados não são alertados de que Lula está preso e, segundo a Lei da Ficha Limpa, não pode ser candidato. “A gente não pergunta se sabe que está preso ou se é candidato. Ele consta no registro, então quando clocamos o nome dele no disco e fazemos a pergunta se ‘eleições fossem hoje e candidatos esses’, a pessoa vendo o nome dele fica sem ter a informação de que ele vai ou não ser candidato, se pode ou não”, disse.
Como é feita a pesquisa
As pesquisas são feitas pessoalmente e nos domicílios. É realizada uma amostra do eleitorado brasileiro e distribuído proporcionalmente nas regiões e Estados. Dentro dos Estados são escolhidos municípios e assim é determinado um mapa onde o entrevistador trabalha.
Dentro deste mapa, o entrevistador bate de casa em casa e verifica se o eleitor cumpre os requisitos solicitados na pesquisa: gênero, idade, escolaridade, se é ocupado ou não e o ramo de dependência econômica.
O tempo total de duração de pesquisa é de três dias e as entrevistas duram cerca de 15 minutos.
“Se o entrevistador bate na sua casa e não encontra nenhum eleitor que atenda a essas características, naquele mesmo mapa ele vai bater em várias casas para encontrar um eleitor nas condições solicitadas”, reiterou Cavallari.
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