Metade dos professores do País não recomendam profissão por julgá-la desvalorizada

  • Por Jovem Pan
  • 31/07/2018 08h40
Marcos Santos/USP Imagens Os dados são da pesquisa “Profissão Docente”, iniciativa do Todos Pela Educação e do Itaú Social realizada pelo Ibope Inteligência em parceria com a Conhecimento Social

Metade dos professores brasileiros não recomenda a própria profissão por considerá-la desvalorizada. Além disso, cerca de 29% dos docentes precisam fazer trabalhos extras para complementarem a renda.

Os dados são da pesquisa “Profissão Docente”, iniciativa do Todos Pela Educação e do Itaú Social realizada pelo Ibope Inteligência em parceria com a Conhecimento Social.

O levantamento entrevistou mais de dois mil professores da Educação Básica do ensino público e privado de todo o país.

De acordo com o gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, o estudo revela que menos de 30% dos entrevistados acreditam que estão preparados para a sala de aula assim que saem da faculdade. Gabriel Corrêa também explica a necessidade de mudanças nas políticas voltadas aos professores.

De acordo com a pesquisa, 69% dos entrevistados afirmam que a formação continuada é muito importante pra carreira. Além disso, os mestres também acreditam que a restauração da autoridade, o respeito à figura do professor e um salário melhor são fundamentais.

Mais da metade dos professores ainda disse que a consulta dos docentes para a formulação de políticas educacionais é uma das medidas mais importantes para a valorização da carreira.

A professora Mirelly Queiroz acha importante essa consulta, e afirma que mesmo com todos os problemas, indicaria a profissão.

Mirelly dá aulas em um colégio particular da zona sul de São Paulo, já o professor Fernando Moraes é coordenador pedagógico em uma escola estadual da zona leste.

Mesmo com a má remuneração e problemas de infraestrutura, ele se sente motivado e defende um ensino mais humanizado. Para Fernando Moraes, a profissão deve ser valorizada e os gestores públicos precisam saber o que acontece dentro das salas de aula.

Os professores entrevistados para a pesquisa afirmam que falta continuidade de boas políticas, principalmente por causa da mudança de gestores municipais e estaduais.

Com as eleições próximas, o apelo é para que ouçam mais as necessidades das escolas e prossigam com projetos que mostram bons resultados.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

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