Microapartamentos multiplicam em Londres e evidenciam crise habitacional

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 26/11/2019 07h13 - Atualizado em 26/11/2019 08h55
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Reprodução Google Maps Alexandra House Londres

A falta de moradia é um problema crônico nas principais cidades do planeta. Em Londres, não é diferente.

A capital britânica, além da falta de espaço, tem outra questão bastante peculiar que pressiona ainda mais o mercado imobiliário: o excesso de investidores estrangeiros.

O prédio Alexandra House está no centro de um debate importante que tomou conta, além do Brexit, da campanha eleitoral das próximas eleições – que acontecem no dia 12 de dezembro.

Esse debate gira em torno da qualidade e do preço das moradias que estão sendo construídas no Reino Unido – em uma tendência que tomou conta das principais cidades do mundo, que é a das microunidades.

Se a reforma do Alexandra House for de fato aprovada, o proprietário do imóvel pretende transformá-lo em um prédio residencial. Atualmente ele abriga escritórios da administração local, o bairro de Wood Green.

A reforma pretende transformar o prédio em uma unidade residencial com 217 apartamentos – e cada um terá 15m².

O tamanho dos apartamentos revoltou os moradores porque eles dizem que uma obra como essa vai reduzir o padrão de moradia da região – além de aumentar os preços da área. Hoje em dia o m² em Wood Green, um bairro da classe trabalhadora média, custa o equivalente a R$45 mil.

Áreas mais sofisticadas da cidade, como Chelsea, chegam a cobrar até o triplo desse valor, por volta de R$ 160 milhões o m².

O Governo está sendo chamado para intervir nessa questão. Quando foi prefeito de Londres, o atual primeiro-ministro Boris Johnson chegou até a prometer que iria acabar com as chamadas “áreas de Hobbits” – porque o mercado imobiliário britânico parece estar vivendo uma bolha.

O Partido Trabalhista, dentro da campanha eleitoral, também apresenta algumas propostas na tentativa de diminuir esse problema – onde trabalhadores comuns estão sendo empurrados para fora da cidade.

A autoridade da região de Wood Green tem até dezembro para definir se vai dar, ou não, o alvará de construção para a reforma residencial.

O tema deve ser definido dentro das próximas semanas, mas a questão imobiliária de Londres ainda deve levar bastante tempo para ser resolvida.

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