Microapartamentos multiplicam em Londres e evidenciam crise habitacional
A falta de moradia é um problema crônico nas principais cidades do planeta. Em Londres, não é diferente.
A capital britânica, além da falta de espaço, tem outra questão bastante peculiar que pressiona ainda mais o mercado imobiliário: o excesso de investidores estrangeiros.
O prédio Alexandra House está no centro de um debate importante que tomou conta, além do Brexit, da campanha eleitoral das próximas eleições – que acontecem no dia 12 de dezembro.
Esse debate gira em torno da qualidade e do preço das moradias que estão sendo construídas no Reino Unido – em uma tendência que tomou conta das principais cidades do mundo, que é a das microunidades.
Se a reforma do Alexandra House for de fato aprovada, o proprietário do imóvel pretende transformá-lo em um prédio residencial. Atualmente ele abriga escritórios da administração local, o bairro de Wood Green.
A reforma pretende transformar o prédio em uma unidade residencial com 217 apartamentos – e cada um terá 15m².
O tamanho dos apartamentos revoltou os moradores porque eles dizem que uma obra como essa vai reduzir o padrão de moradia da região – além de aumentar os preços da área. Hoje em dia o m² em Wood Green, um bairro da classe trabalhadora média, custa o equivalente a R$45 mil.
Áreas mais sofisticadas da cidade, como Chelsea, chegam a cobrar até o triplo desse valor, por volta de R$ 160 milhões o m².
O Governo está sendo chamado para intervir nessa questão. Quando foi prefeito de Londres, o atual primeiro-ministro Boris Johnson chegou até a prometer que iria acabar com as chamadas “áreas de Hobbits” – porque o mercado imobiliário britânico parece estar vivendo uma bolha.
O Partido Trabalhista, dentro da campanha eleitoral, também apresenta algumas propostas na tentativa de diminuir esse problema – onde trabalhadores comuns estão sendo empurrados para fora da cidade.
A autoridade da região de Wood Green tem até dezembro para definir se vai dar, ou não, o alvará de construção para a reforma residencial.
O tema deve ser definido dentro das próximas semanas, mas a questão imobiliária de Londres ainda deve levar bastante tempo para ser resolvida.
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