Principal comprador de milho brasileiro, Irã ameaça cortar importações do Brasil por impasse com navio

  • Por Jovem Pan
  • 25/07/2019 06h54 - Atualizado em 25/07/2019 10h57
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Divulgação/Portos do Paraná comércio gloal Navios iranianos estão parados no Porto de Paranaguá desde junho

O Irã ameaçou cortar as importações do Brasil se a Petrobras não abastecer os navios iranianos que estão no Porto de Paranaguá, no Paraná. Os dois cargueiros estão parados desde junho por falta de combustível e a estatal se recusa a abastecer por temer punições dos Estados Unidos.

O embaixador do Irã em Brasília afirmou que se as autoridades brasileiras não resolverem a situação, o país pode procurar novas parceiros para comprar milho, soja e carne. Por ano, o Brasil exporta cerca de US$ 2 bilhões para o país.

Os principais produtos são milho, carne bovina e açúcar. No caso do milho, os iranianos são responsáveis por comprar um terço de toda a exportação brasileira.

Os cargueiros parados no Porto de Paranaguá trouxeram ureia e voltariam para o Irã carregados com uma carga de 100 toneladas de milho. Mas a Petrobras se recusa a abastecer os navios temendo entrar na lista “negra” dos Estados Unidos e sofrer sanções.

Para resolver o conflito, o embaixador iraniano afirmou que o país considera enviar combustível para os dois navios, mas essa seria uma opção demorada e cara.

O governo de Donald Trump aumentou a pressão diplomática sobre o Irã nos últimos dias. Os conflitos se intensificaram após os norte-americanos abandonarem o acordo nuclear envolvendo Teerã, assinado em 2015.

O impasse ocorre no momento que o Brasil busca aproximação com os Estados Unidos. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que as represálias do governo de Trump ao Irã são um risco para as empresas brasileiras.

No domingo (21), questionado sobre a crise, Bolsonaro disse que está alinhado à política dos Estados Unidos. Em comunicado, o Itamaraty afirmou que está trabalhando com as autoridades no caso e que o processo corre em sigilo de justiça.

*Com informações da repórter Natacha Mazzaro

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