Ministério da Saúde alerta para colapso no fornecimento de oxigênio no interior do Brasil

Segundo Ridauto Fernandes, diretor de logística da pasta, há um impasse na logística de abastecimento dos cilindros

  • Por Jovem Pan
  • 19/03/2021 09h04 - Atualizado em 19/03/2021 09h30
EFE / RAPHAEL ALVES Município do interior de São Paulo fez alerta ao Estado após sobrecarga no sistema de saúde A Anvisa disse que 54 empresas são capazes de produzir oxigênio no Brasil

O diretor de logística do Ministério da Saúde, Ridauto Fernandes, fez um alerta sobre a possibilidade de faltar oxigênio em hospitais do interior do país. Em audiência da comissão temporária da Covid-19 no Senado, ele classificou como perigoso o cenário atual. Segundo Ridauto, há um impasse na logística do abastecimento dos cilindros porque alguns envasadores não conseguem abastecer nas plantas mais próximas e têm que se deslocar, muitas vezes, por grandes distâncias. “O problema não é a produção, é como isso chega na ponta da linha. Se eles não fornecerem esse oxigênio, encherem essas carretas, o pequeno envasador não consegue envasar o cilindros, não vai chegar o cilindro que tem que chegar rápido, porque já está gastando muito tempo naquela distância do município até a sede do envasamento”, afirmou. Fernandes propôs que seja feita uma mudança legislativa, criando dispositivo para que as grandes produtoras não se recusem a abastecer as carretas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que 54 empresas são capazes de produzir oxigênio no Brasil e pressionou o setor para ampliar a fabricação na pandemia. A diretora da agência reguladora, Meiruze Freitas, afirmou que a Anvisa já negocia medidas de ampliação de produção. “Quanto mais aumenta a velocidade de produção, você também, na maioria das vezes, perde na qualidade do gás. O que colocamos hoje é como apoiar, inclusive, o sistema para que se amplie essa instalação de usinas em hospitais”, disse. O diretor de negócios da White Martins, Paulo Baraúna, comentou o aumento dos custos. “Houve sim evolução de custos significativa. O caso de Manaus, por exemplo, custos extras, imprevistos. Eles não foram repassados aos preços porque nós temos um contrato com o setor público”, afirmou, pontuando que, além dos custos de produção, a logística de transporte de oxigênio é muito cara. Até o momento, a pasta da Saúde não esclareceu totalmente se tinha ciência do colapso no Amazonas. As empresas do setor também estão em alerta para a possibilidade de risco em Rondônia, no Acre e em Estados do Nordeste.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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