Ministro da Defesa diz que acordo entre Boeing e Embraer só deve ser formalizado após as eleições

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2018 06h24 - Atualizado em 02/08/2018 08h07
EFE/Ritchie B. Tongo A decisão evitaria, no entendimento dele, qualquer tipo de ruído por conta do período eleitoral

Segundo o ministro da Defesa, General Silva e Luna, só depois das eleições é que a Boeing e a Embraer deverão apresentar ao Governo os termos do acordo de venda da empresa brasileira.

O ministro disse acreditar na sensibilidade dos envolvidos no negócio para só trazer o assunto à discussão em novembro, depois do segundo turno das eleições. A decisão evitaria, no entendimento dele, qualquer tipo de ruído por conta do período eleitoral.

O ministro não descartou a possibilidade da negociação ser prejudicada caso ocorra uma tentativa de discutir o processo antes da escolha do novo presidente. Apesar das informações sobre a negociação, o Governo ainda não foi formalmente comunicado da intenção da Boeing de comprar 80% da Embraer.

Ainda segundo o ministro, se o acordo for mesmo fechado, não haverá prejuízos para os projetos nacionais e ele disse que não vê risco para a segurança nacional, uma vez que projetos ligados à área de Defesa serão 100% preservados.

Para quem critica a fusão, o principal argumento é o risco de se perder conhecimento tecnológico e capacidade industrial na área de Defesa, comprometendo a soberania nacional a médio e longo prazo.

O diretor do sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Herbert Claros da Silva, durante debate na Câmara dos Deputados, criticou a proposta de privatização.

Mesmo com a venda de 80% das ações, o Governo pretende manter o poder de veto em questões consideradas estratégicas da Embraer. A partir do momento em que o Palácio do Planalto for comunicado do negócio, o Governo terá 30 dias para opinar sobre o assunto.

*Informações da repórter Luciana Verdolin

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