Ministro da Defesa lamenta morte de músico e questiona frequência de ações militares nas cidades
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, lamentou o incidente em que um músico foi assassinado com 80 tiros por homens das Forças Armadas no Rio de Janeiro e fez ponderações sobre a atuação de militares em centros urbanos.
Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, ele apontou que o armamento usado pelo Exército não é adequado para operar nas cidades, assim como a legislação.
O ministro admitiu que há um desconforto nas Forças Armadas nas chamadas GLO, as ações de Garantia da Lei e da Ordem: “essa do RJ foi ocorrência lamentável com vítima fatal. Mas nunca fomos voluntários para operações de Garantia da Lei e da Ordem. É missão. Nossa missão, à princípio, não é essa”.
A declaração foi em resposta a um questionamento do senador Jaques Wagner (PT), que foi ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff. Ele também contestou a frequência das GLOs nos últimos anos: “nossos homens são treinados para a guerra, e na guerra você não pergunta, você mata. A formação é outra”.
O ministro Fernando Azevedo e Silva disse que no atual governo, os critérios para adotar as GLOs vão ser mais rigorosos.
De acordo com Azevedo e Silva, a área onde o incidente dos 80 tiros ocorreu é de jurisdição militar e recebe patrulhamento do Exército por ser próxima a uma vila militar. O ministro também disse que espera a conclusão das investigações sobre o fato. Também nesta semana, na Câmara, o ministro afirmou que a Justiça Militar vai apurar o caso até as últimas consequências.
*Informações do repórter Levy Guimarães
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