Ministros do STF pedem atenção do CNJ e do CNMP para ‘crise’

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2019 06h37 - Atualizado em 02/08/2019 06h40
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo ministro gilmar mendes com a cabeça apoiada nas mãos Gilmar Mendes diz conversas roubadas dos celulares dos procuradores contribuíram com a 'maior crise que se abateu sobre o aparato judicial'

Pelo menos dois ministros do Supremo Tribunal Federal defendem que os procuradores da força tarefa da Operação Lava Jato tenham as atuações investigadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

Ao chegarem para a primeira sessão após o recesso, nesta quinta-feira (1), os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Melo falaram sobre a suposta investigação aberta contra o atual presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.

Para Gilmar Mendes, as supostas conversas roubadas dos celulares dos procuradores contribuíram para o que ele definiu como “a maior crise que se abateu sobre o aparato judicial no Brasil desde a redemocratização.”

Na avaliação do magistrado, ninguém deve saudar hackementos e iniciativas do tipo, mas as revelações são extremamente graves, tendo, inclusive, abalado o prestígio da Justiça Federal e da Procuradoria-Geral da República.

De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal Folha de São Paulo, que se embasa nas conversas roubadas atribuídas a diversas autoridades, o procurador Deltan Dallagnol incentivou colegas de Brasília e de Curitiba a investigar Toffoli.

Isso teria acontecido em 2016, numa época em que o atual presidente do STF, por conta do posicionamento, começava a ser visto como um adversário da Operação Lava Jato.

O ministro Marco Aurélio concorda que a questão merece investigação, mas defende que quem deve acionar os órgãos de fiscalização é a suposta vítima, ou seja, o ministro Dias Toffoli.

Nenhum dos dois ministros quis se posicionar sobre se o conteúdo das conversas roubadas dos celulares poderá ser utilizado em eventuais processos que questionem a relação entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato.

Ambos defendem, no entanto, que os órgãos que fiscalizam o trabalho de membros do judiciário, como o CNJ, o Conselho da Justiça Federal e o CNMP devem olhar para o que definem como ‘crise’ com a gravidade que ela merece.

*Com informações do repórter Antonio Maldonado

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.