Modesto Carvalhosa anuncia que vai protocolar pedido de impeachment de Dias Toffoli
O jurista Modesto Carvalhosa anunciou na última sexta-feira que vai protocolar um pedido de impeachment contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli.
A medida ocorre um dia depois de a Revista Crusoé revelar um documento em que o empresário Marcelo Odebrecht declara que o magistrado era tratado na empreiteira pelo codinome “amigo do amigo do meu pai”.
Em entrevista a Os Pingos Nos Is, Carvalhosa defendeu que Toffoli não tem mais os requisitos para permanecer no STF. “Diante desse documento-confissão do próprio Marcelo Odebrecht, por não ter mais reputação ilibada, o ministro Toffoli não tem mais condições de se manter como ministro do governo como presidente do Supremo”, afirmou o jurista.
Segundo Modesto Carvalhosa, outros elementos vão ser juntados ao pedido de impeachment, que vai ser encaminhado ao Senado Federal. “São as condutas dele de reforma da casa pela OAS, a mesada de R$ 100 mil, a soltura do José Dirceu e outras coisas mais que vão ser evocadas”, listou.
Na última quinta-feira, a Revista Crusoé declarou que Marcelo Odebrecht, que fez acordo de delação premiada, explicou à Polícia Federal o teor de uma mensagem trocada entre ele e dois executivos da empresa em 13 de julho de 2007. Na ocasião, o empreiteiro pergunta: “afinal, vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?”. O executivo Adriano Maia responde: “em curso”.
Nos esclarecimentos enviados aos investigadores, Marcelo Odebrecht afirma que o diálogo “refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira”. O empreiteiro continua dizendo que “‘amigo do amigo de meu pai’ se refere a José Antonio Dias Toffoli”, que, à época, era advogado-geral da União no governo Lula.
No documento obtido pela Crusoé, Marcelo Odebrecht completa que “a natureza e o conteúdo dessas tratativas, porém, só podem ser devidamente esclarecidos por Adriano Maia, que os conduziu”.
Um eventual pedido de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal é analisado pelo Senado. Caberá ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre, do Democratas, arquivar ou dar continuidade ao processo.
*Informações do repórter Afonso Marangoni
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.