Montadoras instaladas no Brasil suspendem serviços e exportações de veículos para a Rússia

Fabricantes repetem a decisão das matrizes em sanções após a invasão da Ucrânia no dia 24 de fevereiro

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2022 10h35 - Atualizado em 09/03/2022 10h50
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Divulgação/Comunicação Volkswagen do Brasil carros sendo montados em fábrica Montadoras instaladas no Brasil seguem decisões de suas matrizes, parando as exportações para a Rússia

Montadoras instaladas no Brasil suspendem serviços e exportações de veículos para a Rússia. As fabricantes repetem as matrizes, dentro das sanções impostas após a invasão da Ucrânia. O mercado russo demanda caminhões, tratores, máquina agrícolas e componentes do Brasil. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, condena a invasão russa e reforça o aspecto humanitário da guerra, que envolve também brasileiros em solo ucraniano. Ele ressalta que, após anos de pandemia, a expectativa passava pela retomada mais forte da atividade econômica. “E, agora, a gente tem que olhar e discutir um absurdo como esse e os seus reflexos humanitários, reflexos negativos sobre toda a economia global e sobre toda a cadeia logística, envolvendo todos os setores, inclusive o automotivo”, diz.

A grande preocupação passa pela expansão das commodities, logística, matérias-primas e insumos fundamentais ao agronegócio brasileiro. “O primeiro aspecto que afeta direta ou indiretamente toda a cadeia de produção são as commodities, petróleo, gás, alumínio e diversos itens que a gente usa ou os nossos fornecedores usam”, comenta o presidente da Anfavea. O mercado automotivo brasileiro registrou leve elevação nas vendas e produção em fevereiro, mas ainda um montante inferior ao início de 2021. Resta preocupação agora com a expansão do conflito e também questões internas como a elevação da taxa Selic para conter a inflação e o poder de compra do brasileiro em 2022. O setor automotivo ressalta passagem mais aguda da variante Ômicron do coronavírus, que também influenciou as vendas no início do ano.

O vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, admite que, com tantas variáveis, as previsões são quase impossíveis sobre o mercado inicialmente estimado no Brasil na casa de 2,3 milhões de veículos em 2022. “Tudo que afeta a logística de uma maneira geral, o combustível afeta os caminhões e, por sua vez, a logística numa magnitude maior, é o que pode sofrer essa consequência. Então, acompanhar esses insumos, sem dúvida nenhuma, é muito importante para a economia como um todo. A venda de caminhões vai ser uma consequência do que estiver ocorrendo com a economia, seja subindo, seja caindo. Esse que é o ponto relativo ao diesel”, diz. A redução do IPI por parte do governo federal foi muito comemorada, na expectativa de baixar o preço dos veículos e poder impulsionar as vendas neste ano. IPI, PIS, COFINS e ICMS representam de 37% a 44% dos preços dos veículos no Brasil. Com a redução do IPI, a carga do setor automotivo ficará entre 35% a 42%. Daí a defesa enfática das montadoras de uma reforma tributária simplificadora no Brasil.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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