Moradora de rua presa e que foi submetida a laqueadura recebe habeas corpus no TJ-SP
Uma moradora de rua que foi esterilizada por força de uma decisão judicial recebeu um habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, graças à Defensoria Pública do Estado.
Janaína Aparecida Quirino, de 36 anos, estava presa desde novembro por tráfico de drogas. A defesa usou o habeas corpus coletivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal para mulheres primárias e mães de filhos pequenos. Ela vivia em situação de rua no município de Mococa e foi submetida a uma laqueadura em fevereiro, após o nascimento do oitavo filho.
O detalhe é que o procedimento cirúrgico foi determinado por um promotor e acatado por um juiz sem realização de audiência e nem nomeação de um defensor público. Além disso, a mulher foi conduzida coercitivamente para a realização dessa cirurgia.
Três meses depois da laqueadura, o Tribunal de Justiça reverteu a decisão de primeira instância e extinguiu o processo, mas já era tarde.
Outra mulher também fez a mesma cirurgia depois do pedido do mesmo promotor, Frederico Barruffini, e por decisão do mesmo juiz, Djalma Moreira Gomes. Tatiane Monique Dias foi diagnosticada com retardo mental moderado, e mesmo assim um termo assinado por ela dizendo estar ciente e de acordo com a cirurgia foi usado como garantia para a realização do procedimento.
A Corregedoria do Ministério Público instaurou uma reclamação disciplinar para investigação do caso de Janaína.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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