Moradores do Jardins, em São Paulo, relatam aumento na criminalidade

Agência Brasil Apesar da sensação de insegurança, dados oficiais indicam queda de 12% no número de roubos na região

Ruas cheias, lojas movimentadas e câmeras de segurança instaladas não inibem a ação de criminosos em São Paulo. Moradores do bairro dos Jardins, na capital paulista, denunciam furtos e assaltos em comércios da região, principalmente supermercados e farmácias que funcionam 24 horas. Os relatos são parecidos: grupos de adolescentes invadem os estabelecimentos e saem levando produtos do local.

Nas redes sociais, um morador conta que houve arrastão em uma farmácia. Outro revela que a mãe presenciou um ataque a um mini mercado, com o mesmo modus operandi.

A babá Eurides Antônia Ferreira mora e trabalha nos Jardins há dezessete anos. Ela conta que nesses grupos que costumam praticar roubos há a presença até de crianças. “E não é um, dois, três, é um bando. É feio a gente falar assim de uma criança, porque criança você tem que tratar com amor, com carinho, mas você fica assustada”, conta.

A sensação de insegurança também atinge as áreas residenciais. Elisabeth Vinson, conselheira da Ame Jardins, que atua na comissão de segurança da associação, conta que os moradores compartilham os casos de violência em aplicativos de mensagem.

Ela acredita que além da atuação do poder público é preciso vigilância da comunidade. “A estatística oficial é que houve redução, mas a sensação nos grupos de vizinhança solidária é que nos últimos três meses houve um aumento do índice de roubos à residências. É importantíssimo que cada um assuma a sua parte, a sua responsabilidade na sua segurança pessoal e da sua família, da sua casa, da sua rua e do seu bairro. Não é só papel da polícia”, afirma.

Dados oficiais indicam que o número de roubos na região caiu 12% no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, cento e treze autores de roubos e furtos na área foram detidos, entre eles um homem envolvido em seis assaltos a farmácias.

Vinson afirma que o compartilhamento de relatos entre a vizinha solidária ajuda no combate à criminalidade. “Essa troca de informação de alguém, um carro estacionado numa rua, alguém suspeito em outro lugar, também ajuda a ir melhorando a segurança da área no geral.”

Tanto as associações de moradores de bairro, quanto a Secretaria de Segurança Pública reforçam a importância de se registrar um boletim de ocorrência para que os crimes sejam investigados.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto