Moro conversa com Bolsonaro e diz que presidente entendeu ‘questões envolvidas’ em vazamento
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta terça-feira (11) que a conversa que ele teve com o presidente Jair Bolsonaro foi ‘muito tranquila’. Ele explicou a questão dos vazamentos das mensagens dele e de procuradores da Lava Jato e disse que o presidente teria compreendido a questão.
Sergio Moro trata o caso como divulgações de possíveis conversas privadas, uma vez que ele já explicou que não tem como garantir a veracidade de todas as mensagens porque não tem mais os arquivos.
Moro lembrou que a Polícia Federal já está investigando o caso e voltou a afirmar que se tratou de uma invasão criminosa de celulares. O encontro aconteceu no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República. Juntos, Moro e Bolsonaro seguiram de lancha para o Clube dos Fuzileiros Navais, em Brasília, onde o ex-juiz da Lava Jato e vários ministros receberam medalhas durante uma solenidade militar.
O ministro da Justiça e o presidente ficaram estrategicamente posicionados um ao lado do outro durante toda a solenidade. Em São Paulo, no entanto, quando perguntado sobre o assunto, o presidente se negou a fazer qualquer tipo de comentário. Mesmo com o discurso oficial de que o Governo confia em Sergio Moro, o presidente Bolsonaro tem mantido uma distância segura da polêmica.
Seguindo orientações, ele tem evitado comentar o assunto uma vez que ainda é preciso saber se mais alguma informação será divulgada. O objetivo nesse momento é evitar que o caso contamine as discussões no Congresso Nacional, principalmente em torno da Reforma da Previdência.
Dentro do Palácio do Planalto, o ministro continua recebendo mensagens de apoio. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendeu Sergio Moro e disse que ele é uma das pessoas ‘mais corretas, capazes e éticas que conheceu em Brasília’. O ex-comandante do Exército General Villas Boas afirmou nas redes sociais que mantém a confiança no ministro da Justiça.
Segundo ele, nesse momento preocupante, o que estamos vivendo dá margem para que a insensatez e o oportunismo tentem esvaziar a Operação Lava Jato, que é ‘a esperança para que a dinâmica das relações institucionais em nosso país venham a transcorrer em um ambiente marcado pela ética e pelo respeito ao interesse público’.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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