Moro reitera que não é político e diz que vai a Brasília para ‘consolidar os avanços da Operação Lava Jato’

  • Por Jovem Pan
  • 12/11/2018 06h08 - Atualizado em 12/11/2018 08h27
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Reprodução/TV Globo Sobre a possibilidade de, futuramente, se candidatar à Presidência da República, o juiz Sergio Moro foi categórico: "não vou ser"

Sergio Moro reiterou que não é político e está indo a Brasília para consolidar avanços da Operação Lava Jato. As declarações do futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública do Governo de Jair Bolsonaro foram dadas em entrevista à TV Globo e foram ao ar no Fantástico deste domingo (11).

O magistrado, que se encontra de férias e terá de se exonerar para assumir o cargo em janeiro, relatou o que foi decisivo para que ele aceitasse o convite do presidente eleito: “o grande motivador dessa aceitação foi a oportunidade de ir a Brasília, em posição de poder elevada, e poder implementar agenda anticorrupção e anticrime organizado. Estou indo para consolidar os avanços da Operação Lava Jato em Brasília”.

Contra as críticas de políticos de oposição e colegas do Judiciário, Moro diz que assume um cargo técnico, reafirma o desinteresse por cargos eletivos e aponta a expectativa da população: “eu posso estar sendo ingênuo, mas estou absolutamente sincero quando afirmo que estou assumindo cargo para exercer função predominantemente técnico”.

Sobre pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula, após a aceitação do convite para ser ministro, Moro rebateu a acusação de imparcialidade: “Eu proferi a decisão em relação ao ex-presidente Lula em meados de 2017. eu nem conhecia o presidente eleito Jair Bolsonaro”.

Na última sexta-feira, quando a entrevista já havia sido gravada, o CNJ solicitou que Sergio Moro preste informações por suposta atividade político partidária ao aceitar o convite. O juiz terá 15 dias para se posicionar.

Alinhado com bandeira de campanha dom presidente eleito, Jair Bolsonaro, Sergio Moro defendeu uma maior flexibilização para a posse de armas, ou seja, a facilitação para que a população posse adquirir e manter uma arma em casa: “eu acho que isso não pode ser muito além de uma afirmação de que quero ter uma arma em casa, não tenho antecedente criminal”.

Ao ser confrontado com o número de homicídios registrados em 2017 (62 mil casos), o futuro ministro da Justiça e Segurança não quis se comprometer com números no que diz respeito à redução dos casos de violência: “não tenho condições de me comprometer com um percentual de redução específico. Isso não é exatamente matemática”.

Ele também avaliou a questão da redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos. Moro afirmou que é necessário proteger o adolescente, mas que, diante da violência vigente, a população exige uma resposta do Estado: “existe uma necessidade de proteger o adolescente, por isso se coloca a maioridade penal em 18 anos. Mas tem que se considerar a justiça individual”.

Sergio Moro voltou a afirmar que não acredita que os direitos de minorias, como negros e homossexuais, corram algum risco no próximo governo: “eu nunca vi da parte do presidente eleito uma proposta de cunho discriminatório em relação a essas minorias”.

O magistrado também defendeu que, se houver denúncia de corrupção com provas contundentes contra algum ministro, ele deve ser afastado: “é possível se analisar desde logo a robustez das provas e emitir juízo de valor”.

Sobre a possibilidade de, futuramente, se candidatar à Presidência da República, o juiz Sergio Moro, futuro ministro de Jair Bolsonaro, na Justiça e Segurança Pública, foi categórico: “não vou ser”.

*Informações do repórter Paulo Édson Fiore

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