Morre a principal autoridade da Agência da ONU para Energia Atômica
O diplomata das Nações Unidas que atuou na resposta ao acidente nuclear de Fukushima morreu aos 72 anos. O japonês Yukiya Amano era diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica havia 10 anos e planejava deixar o cargo.
A Agência não informou porque ele pretendia sair da direção e nem a causa da morte, mas a imprensa internacional afirmou que ele estava doente. Ao longo dos 10 anos que esteve a frente da AIEA, Amano trabalhou em prol do desarmamento e do uso da energia atômica para o desenvolvimento.
Durante a gestão dele, a agência promoveu o uso da energia atômica para o combate de doenças transmitidas por insetos, uma técnica que foi discutida para enfrentar a epidemia do vírus da zika no Brasil.
O diplomata japonês ajudou a mobilizar esforços internacionais para elaborar planos de contenção depois do desastre nuclear de Fukushima, em 2011.
Yukiya também acompanhou o processo de desmantelamento das instalações nucleares, iniciado depois do acidente.
Em 2015, ele apoiou as tratativas do Acordo Nuclear do Irã, que instituiu limitações para o programa nuclear daquele país, atualmente colocado em xeque por desentendimentos entre Teerã e Washington.
Pelo Twitter, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou a morte de Yukiya Amano e completou que as contribuições ao uso pacífico da tecnologia atômica serão lembrados.
O presidente da Rússia, Vladmir Putin, disse admirar a sabedoria do diplomata e a capacidade de tomar decisões esclarecidas nas circunstâncias mais difíceis.
O sucessor de Amano será decidido pelos 35 Estados que integram o conselho da Agência.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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