MP do Rio de Janeiro pede prisão de promotor acusado de ligação com miliciano

A suspeita é de que ele e outras duas pessoas teriam oferecido R$ 190 mil a um desembargador do TJ-RJ

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2020 07h18 - Atualizado em 21/10/2020 08h12
Reprodução/Google Maps Fachada do Ministério Público do Rio de Janeiro A defesa do promotor nega a acusação e diz que a denuncia é baseada apenas em fatos, não há provas contra ele

Um promotor do Rio de Janeiro foi denunciado à Justiça pelo próprio Ministério Público, acusado de oferecer propina a um desembargador para tentar soltar o miliciano que foi preso por roubo. O promotor Horácio Afonso de Figueiredo da Fonseca está sendo acusado de corrupção ativa. A suspeita é que ele e outras duas pessoas, entre elas a namorada, teriam oferecido R$ 190 mil ao desembargador do TJ-RJ Marcos André Chut para tentar soltar um miliciano que foi preso por roubo.

O pedido de habeas corpus foi feito em favor do miliciano Adalberto Ferreira de Menezes, conhecido como Nenzinho. Essa bandido é comparsa do maior miliciano do Estado, Wellington da Silva Braga, o Ecko. A milícia desse bandido domina a zona oeste da capital e tem expandido negócios para a região metropolitana e baixada fluminense. Um estudo divulgado nesta semana mostrou que os milicianos já controlam áreas onde vivem mais de 3,6 milhões de pessoas.

A defesa do promotor nega a acusação e diz que a denuncia é baseada apenas em fatos, não há provas contra ele. O promotor é amigo do desembargador e teria ido até a casa dele para tentar negociar um HC. Um detalhe importante: esse promotor acusado atua em Bangu, bairro da zona oeste dominado por essa milícia. Nesta semana, o órgão especial no TJRJ já afastou o juiz João Luiz Amorim Franco, suspeito de vender sentenças e de cobrar percentuais para nomear peritos. O juiz afastado nega a prática das irregularidades.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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