MPF cobra explicações sobre condições de abrigos que acolhem venezuelanos em SP
O Ministério Público Federal cobrou explicações sobre as condições dos abrigos que acolheram os venezuelanos em São Paulo.
Segundo o órgão, há relatos de descaso no suporte necessário aos estrangeiros, que têm enfrentado desrespeito a direitos básicos e dificuldades de adaptação na capital paulista.
Até o momento, 212 venezuelanos foram alojados nos centros temporários de acolhimento de São Mateus, Butantã e Penha. De acordo com o que foi relatado ao MPF, os abrigos estariam restringindo os horários de alimentação, o acesso a equipamentos como computador, máquina de lavar e até mesmo o direito dos imigrantes de se reunirem e conversarem.
Além das condições dos alojamentos, os cursos de português oferecidos aos estrangeiros estariam sendo ministrados em locais distantes dos CTAs, dificultando a frequência.
A procuradora Priscila Costa Schreiner afirmou que a explicação foi solicitada para garantir que os venezuelanos tenham o tratamento humanitário adequado e que sejam incluídos socialmente.
A secretária Municipal de Direitos Humanos, Eloisa Arruda, rebateu as reclamações sobre a distância dos locais onde estão sendo oferecidas as aulas de português.
O MPF também solicitou informações às Secretarias de Saúde, municipal e estadual, e cobrou quais as providências que os órgãos tomariam diante da possibilidade de um surto de poliomielite, no Brasil, devido ao fluxo migratório dos venezuelanos.
Por fim, a Procuradoria também cobrou do Ministério da Justiça informações sobre as medidas de acolhimento desses imigrantes e a quantidade, atualizada, de pessoas que já teriam cruzado a fronteira entre os dois países.
Todos os órgãos terão o prazo de 10 dias úteis, a partir do recebimento dos ofícios, para enviar as respostas ao MPF.
*Informações da repórter Natacha Mazzaro
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