MPF suspeita que Lamia pertence a outros donos e descoberta pode mudar rumo das investigações

  • Por Jovem Pan
  • 15/11/2017 06h53
Reprodução/Twitter O procurador Carlos Humberto Prola Jr. encontrou indícios de que a Lamia pode não pertencer aos donos que constam no papel e que dificilmente poderiam arcar com os pagamentos

Uma descoberta do Ministério Público Federal em Santa Catarina pode mudar a situação dos pagamentos das indenizações aos familiares e às vítimas do acidente com a Chapecoense no ano passado.

O procurador Carlos Humberto Prola Jr. encontrou indícios de que a Lamia pode não pertencer aos donos que constam no papel e que dificilmente poderiam arcar com os pagamentos. Um deles morreu na tragédia, outro está preso, e o terceiro, foragido.

Os procuradores encontraram documentos que apontam que a venezuelana Loredana Albacete negociou em nome da Lamia o fretamento da aeronave com o clube. Ela também é responsável por uma empresa que receberia, por meio de uma conta em Hong Kong, os US$ 140 mil relativos ao deslocamento até Medellin.

Loredana é filha do ex-senador venezuelano Ricardo Albacete, dono do avião. Após o acidente, ele declarou haver apenas arrendado o avião.

O contrato em que Loredana aparece é uma segunda versão apresentada ao MPF, enviada em julho de 2017. Na primeira versão aparecem como signatários apenas Chapecoense e Lamia, e não fica clara a razão do acréscimo de Loredana e do depósito ser feito em nome da empresa ligada a ela. A primeira parcela do fretamento do avião teria de ser paga em novembro, antes da viagem.

O MPF disse ter recebido um recibo de pagamento, mas não é explicado se ele foi efetivamente pago.

Nenhuma indenização foi paga até agora pelo acidente. O inquérito foi encaminhado para a PGR para que seja enviado também aos Ministérios Públicos da Colômbia e Bolívia. Os documentos também foram encaminhados ao MP do Trabalho em Chapecó para ciência e adoção das medidas pertinentes.

*Informações da repórter Lenny Junsecchi

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