Mudança de linhas de ônibus em SP é questionada em Conselho
A remodelagem das linhas de ônibus na capital paulista ainda gera dúvidas e incertezas para o usuário.
Integrantes da sociedade civil e autoridades participaram de uma reunião do Conselho Municipal de Transportes e Trânsito, nesta terça-feira (22), para discutir as mudanças a partir dos novos contratos de concessão, assinados pela gestão Covas.
Entre as novidades previstas estão a redução da frota e a divisão das linhas em subsistemas: os chamados micro-ônibus devem atuar dentro dos bairros; os coletivos intermediários na ligação dos bairros com os corredores; e os maiores, como os coletivos articulados, atendendo nos corredores.
Esta última mudança é a preocupação da Sandra Ramalhoso, que integra o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência.
Com problemas de mobilidade, ela reclama da falta de acessibilidade no transporte público e principalmente do grande número de baldeações que serão necessárias neste novo modelo.
“Nós ouvimos aqui que vai ter mais ônibus micros e minis na periferia, então você vai ter que trocar muito mais de ônibus até chegar em corredores – onde terá veículos com piso baixo.”
A principal reclamação durante a reunião foi a falta de comunicação. Alguns usuários disseram que falta a SPtrans informar quais linhas estão sendo cortadas e quais itinerários são modificados.
Há também uma preocupação quanto a forma que essa comunicação é feita. Alguns usuários mais velhos, por exemplo, não tem acesso às redes sociais. Às vezes um simples anúncio no ponto de ônibus pode fazer toda a diferença.
No último sábado (19), sete linhas de ônibus foram alteradas na capital. As mudanças foram anunciadas nas redes da SPTrans e nos pontos de ônibus das vias alteradas, mas mesmo assim teve gente que reclamou.
Rafael Calábria, do Idec, sugere que situações desse tipo poderiam ser evitadas caso houvesse discussão com a sociedade. “Tem baldeações que s~]ao próximas, fáceis de fazer. Mas na periferia um ponto é longe do outro.”
O procurador do Município de São Paulo, Gilmar Pereira Miranda, avalia que algumas alterações podem ser feitas para aprimorar o sistema de informação. Ele também explica que a decisão sobre as alterações em rotas, itinerários e linhas é precedida de avaliação técnica.
De acordo com os contratos, há uma estabilidade de 12 meses para as mudanças.
A SPTrans informa que alterações dos números dos ônibus, das linhas e itinerários ocorre de forma gradativa.
*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto
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