Mudança na Secretaria de Agricultura do Estado preocupa trabalhadores da Ceagesp

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2018 09h53 - Atualizado em 04/05/2018 10h17
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Rovena Rosa / Agência Brasil Ceagesp está com estrutura defasada e tem perdido clientes mês a mês

Produtores que trabalham na Ceagesp de São Paulo, na Vila Leopoldina, estão preocupados com a possibilidade de prorrogação do prazo para definir a mudança de espaço. A ideia do Governo do Estado era ter a definição de um dos quatro projetos apresentados por grupos privados até dia 11 de maio.

No entanto, bastidores do setor garantem que o atual secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, em reunião com produtores, sugeriu que possa protelar a decisão por mais algumas semanas. Isso ocorre, sobretudo, pelas recentes mudanças no primeiro escalão do governo paulista, depois que Márcio França assumiu o Palácio dos Bandeirantes.

Mas o impasse não é benéfico para os permissionários, produtores que têm boxes na Ceagesp, pois são apontados vários problemas na atual estrutura do entreposto.

Valentim Appolari trabalha há 30 anos no local e diz que a atual situação tem gerado perdas financeiras. “O nosso mercado está morrendo. Mês a mês estamos perdendo clientes pela falta de estrutura, conforto e segurança. O Ceagesp precisa de espaço para acolher os caminhões maiores”, disse.

É a mesma opinião de Claudio Furquim, presidente do Sincaesp, Sindicato dos Permissionários. Ele diz que o local está obsoleto. “É um projeto defasado. Há 50 anos, tínhamos um terço dos caminhões que temos hoje. Há inúmeros gargalos e que só vamos atender com um novo projeto e mais moderno”, explicou.

Onivaldo Comin, presidente da Associação dos Permissionários, pede urgência sobre a decisão, pois há preocupação sobre o futuro do trabalho de todos. “As demandas que chegas para nós na Apesp é com a preocupação em se definir essa questão. A insegurança é tamanha que tem influenciado até na produção”, revelou.

Na rotina diária, quem trabalha na Ceagesp relata episódios de violência, como assaltos, brigas, sequestro-relâmpago e invasão de usuários de drogas que buscam sobras de alimento para revender. Além disso, as condições sanitárias e de infraestrutura estão precárias, com fios expostos, sujeira e lixo espalhados, falta de espaço para trabalhar e o desperdício.

A Benvenuto Engenharia e Companhia Paulista de Desenvolvimento pretende fazer um entreposto de 482 mil metros quadrados na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, junção dos trechos Norte e Oeste da Rodoanel. Apesar da experiência na área de Parcerias Público-Privadas, o espaço em questão está em Zona de Proteção Ambiental com diversas nascentes.

O Consórcio Ideal Partners quer construir área de 1 milhão de m² em Santana do Parnaíba. Seria a maior área a ser explorada, mas a topografia do terreno não ajuda, e há movimento de moradores que não querem a nova Ceagesp por lá.

O Consórcio Fral quer construir área de 864 mil m² na Lagoa de Carapicuíba em Barueri, próximo a Osasco. Apesar da boa área, o terreno ainda é do Exército Brasileiro e fica em uma região urbana.

Por fim, há a proposta do NESP, Novo Entreposto de São Paulo, que quer construir área de 1,6 milhão de m² em Perus. O terreno já pertence ao grupo, mas ainda demanda negociações com o Governo e a concessionária CCR para garantir acesso diretor pela Rodovia dos Bandeirantes.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo informou que as propostas seguem em análise e que reunião será feita na próxima semana, sendo a primeira participação do novo secretário nas discussões.

A Ceagesp informou não saber de possível adiamento na escolha da proposta.

*Com informações do repórter Fernando Martins

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