Mudanças no Bilhete Único em São Paulo podem afetar ainda mais trabalhadores no futuro
As mudanças no vale-transporte pelo Bilhete Único expõem contradições com políticas antigas e futuras da Prefeitura de São Paulo na área de mobilidade. A conclusão é de especialistas ouvidos pela reportagem sobre a alteração no benefício ao trabalhador que entra em vigor nesta sexta-feira (1º).
A partir de agora, o passageiro que recebe o vale-transporte poderá fazer apenas dois embarques dentro de um período de três horas. Antes, ele poderia fazer quatro viagens em até duas horas; essa mudança deve afetar 120 mil pessoas.
O pesquisador em mobilidade urbana do Instituto de Brasileiro de Defesa do Consumidor lembrou que a licitação dos ônibus que está em andamento prevê a divisão de linhas. Com isso, Rafael Calábria entende que a medida poderá prejudicar um número maior ainda de passageiros, que passarão a fazer mais baldeações.
O economista da Associação Comercial de São Paulo disse que a redução nas integrações vai contra um objetivo original do Bilhete Único: facilitar o acesso do trabalhador da periferia às empresas. Marcel Solimeo afirmou que a alteração pode redundar em cortes de vagas ou na discriminação de candidatos que morem longe dos postos de trabalho.
O prefeito de São Paulo defendeu a medida dizendo que é correto cortar o subsídio ao vale-transporte porque disse que esse pagamento é uma obrigação das empresas. Bruno Covas afirmou à reportagem que a administração vai economizar R$ 419 milhões.
Não há alterações no valor da integração; se o passageiro viajar em dois ônibus, paga apenas o valor de um. Se ele entrar no ônibus e depois ir para o transporte sobre trilhos, ele paga a diferença da tarifa para o Metrô ou para a CPTM.
*Informações da repórter Tiago Muniz
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