Na Polônia, Trump fala em falta de investimento europeu em questões geopolíticas e militares
A Coreia do Norte não é um problema apenas para os Estados Unidos e a Ásia lidarem. Os europeus também precisam se envolver com mais afinco na questão, que a cada dia dá um novo passo rumo a um desfecho explosivo.
Tanto é que o presidente americano, Donald Trump, usou sua primeira manifestação em território europeu justamente para falar da tensão com Pyongyang. Na Polônia, o chefe da Casa Branca ressaltou que “o presidente [Andrzej] Duda e eu convocamos todas as nações para confrontar essa ameaça global e demonstrar publicamente para a Coreia do Norte que o comportamento muito, muito mal dela terá consequências.”
Em condições normais, sempre é difícil avaliar discursos que falam em retaliação, ameaça e por aí vai. Quando se trata de Donald Trump é ainda mais complexo. Porque ele é quase tão imprevisível quanto Kim Jon-un.
O fato é que a Coreia do Norte segue uma agenda de provocações aos seus vizinhos, e também aos Estados Unidos, que foi intensificada desde que Kim Jong-il, pai do atual líder, morreu.
O teste feito com mísseis intercontinentais nos últimos dias, capazes, em tese, de alcançar inclusive o território americano pelo Alasca, mostram que o atual chefe norte-coreano não está disposto a seguir nenhum caminho sensato.
Até por isso existem correntes na diplomacia americana que defendem uma linha mais dura a partir de agora, abandonando completamente as tentativas de diálogo com o país. As vias de fato podem estar próximas, como sugeriu a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, ao dizer ontem que os Estados Unidos estão preparados “para usar sua considerável força militar” na questão.
A via das sanções comerciais também deve ser percorrida, mas o fiel da balança continua sendo a China. A Casa Branca tem enorme dificuldade em conseguir algo de produtivo com Pequim neste tema.
Xi Jinping e Donald Trump vão se encontrar nos próximos dias durante as reuniões do G20, na Alemanha. E como o playground está tomado por crianças mimadas e arteiras, é bom que os adultos da Europa desçam para evitar que a confusão saia de controle.
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