Na reta final das campanhas, debate sobre segurança da urna eletrônica volta a ganhar força

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2018 06h31 - Atualizado em 24/09/2018 07h15
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil No dia 7 de outubro, serão realizadas eleições paralelas para testar o funcionamento das urnas eletrônicas e pela primeira vez observadores internacionais vão acompanhar as eleições

Na reta final das campanhas eleitorais voltou a ganhar força, com debates acalorados, a discussão em torno da segurança da urna eletrônica. O voto impresso aparecia como a grande novidade dessa eleição, mas já foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, que viu a possibilidade do instrumento significar a quebra do sigilo.

O secretário de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral, Giuseppe Janino, foi um dos criadores da urna eletrônica, que já funciona há 22 anos no país. Ele é um dos maiores críticos à proposta de voto impresso, por entender que em vez de fortalecer o sistema pode trazer mais vulnerabilidades.

O TSE explica que seis meses antes das eleições são realizados testes para verificar o sistema. Especialistas e partidos são convidados para participar destes testes.

No dia 7 de outubro, serão realizadas eleições paralelas para testar o funcionamento das urnas eletrônicas e pela primeira vez observadores internacionais vão acompanhar as eleições.

Especialistas avaliam, no entanto, que isso não é suficiente para garantir que a urna é 100% segura e antifraude.

O professor e especialista em tecnologia da informação, Cauê Zaghetto, avaliou que seria presunção demais afirmar que a urna eletrônica brasileira é inviolável, uma vez que até órgãos de inteligência dos Estados Unidos, por exemplo, já terem sido hackeados.

Mesmo com críticas, ninguém ainda denunciou formalmente a existência de fraude nas eleições brasileiras. Já houve, em 2014 por exemplo, questionamento do então candidato Aécio Neves, mas não foi constatada nenhuma irregularidade.

A grande cobrança que se faz do Tribunal, no entanto, é que ele libere os chamados códigos da urna eletrônica para que os pesquisadores possam avaliar profundamente o sistema de votação e de registro do voto.

Diante dos apelos e também da cobrança da sociedade por mais informações e uma maior garantia da inviolabilidade das urnas, o TSE já admite a divulgação dessas informações na internet.

O professor Zagheto comemorou o fato, mesmo que não valha já para as eleições agora de outubro.

Com o acesso aos códigos, aí sim, segundo ele, haverá uma maior transparência no processo eleitoral brasileiro.

Confira a cobertura completa das Eleições 2018

*Informações da repórter Luciana Verdolin

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